Nomes de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro criticaram a ausência da petista, nesta quinta-feira, na festa do 1º de maio promovida pela Força Sindical no Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo.
O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, do Partido da Solidariedade, pediu aos trabalhadores uma "banana" simbólica à presidente --comparando o gesto ao de um torcedor espanhol que, dias atrás, lançou uma banana ao jogador brasileiro Daniel Alves. O ato de racismo gerou uma onda de reações contrárias na sociedade brasileira. Em campo, Alves reagiu com ironia ao ataque: comeu a banana lançada da arquibancada.
"Vocês viram aquela banana para o Daniel Alves? Vocês têm coragem de mandar uma banana para a Dilma? Toma aqui, presidente!", pediu Paulinho, prontamente atendido pela platéia.
Em seguida, o dirigente destacou que a entidade convidou para o evento "os principais candidatos à Presidência, como sempre fizemos", e observou que, dos três primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, apenas Dilma não teria aceitado o convite.
Um dos três presidenciáveis convidados --Eduardo Campos, do PSB, também compareceu --, o pré-candidato do PSDB, senador Aécio Neves, foi outro a criticar a ausência de Dilma, ainda que tenha sido representada, no evento, pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, e pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
"Infelizmente a presidente fala em dialogar com os trabalhadores, mas eu não a vejo aqui hoje e não tenho notícia da presença dela em qualquer evento dos trabalhadores", cutucou o tucano.
Para o presidenciável do PSB, a ausência de Dilma no evento do 1º de maio é controverso, mas não exatamente surpreendente.
"Na verdade, ela nunca veio para essas atividades. Acho que o movimento sindical reclama muito do baixo diálogo com o governo - e o Brasil precisa ter diálogo de seu governo com os empresários, com os estudantes, mas também com seus sindicalistas, trabalhadores e cientistas", afirmou Campos, que completou: "Não se lidera o processo de transformação de um país sem a disposição para o diálogo, sem ouvir a verdade e as críticas para encontrar os caminhos", defendeu.