Número de municípios que recebem recursos contra a Aids vai aumentar

 

Nacional - 24/07/2003 - 15:13:00

 

Número de municípios que recebem recursos contra a Aids vai aumentar

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

 O Ministério da Saúde vai aumentar o número de municípios que recebem recursos para ações de combate à Aids e garantir o tratamento de 100% das gestantes com o vírus. Essas são algumas das metas previstas pelo Programa Nacional de DST/AIDS para reduzir o número de casos da doença até 2006. Segundo o coordenador Programa Brasileiro de Combate à Aids, Alexandre Grangeiro, os trabalhos já começaram. Atualmente, 150 municípios recebem recursos para desenvolver ações de combate ao vírus. Com a nova medida, o número passará para 411. O Ministério da Saúde, de acordo com Alexandre, vai repassar cerca de R$ 100 milhões por ano para essas localidades. “São municípios de todo o país, que, em seu conjunto, reúnem 90% dos casos de Aids conhecidos no Brasil”, explicou o coordenador, completando que a incidência do HIV e a mortalidade continuam aumentando nas regiões Sul, Norte e Nordeste. “As regiões Sudeste e Centro-Oeste já conseguiram controlar a epidemia e há uma tendência de decréscimo”. A Coordenação Nacional de DST/AIDS estima que, anualmente no Brasil, do total das mulheres que engravidam, 17 mil são portadoras do vírus HIV e apenas 40% têm acesso ao diagnóstico e ao tratamento. Alexandre Granjeiro lembra que a prevenção é muito importante porque a mãe que não se trata tem até 30% de chance de passar o vírus para o filho. Caso contrário, esse percentual cai para 5%. Para garantir o tratamento às gestantes, o Ministério da Saúde vai investir R$ 17 milhões em testes rápidos de diagnóstico do HIV e sífilis em todas as maternidades brasileiras. “O Ministério da Saúde está intensificando as atividades para prevenir a transmissão do vírus da mãe para o filho. Uma das ações é fornecer o leite em pó para essas mães porque elas não devem amamentar a criança recém-nascida”, explicou o coordenador.Também será incentivado o aumento do uso de preservativos no país, que deverá dobrar, passando de 550 milhões para 1,2 bilhão. De acordo com Alexandre, serão desenvolvidas três ações: distribuição de preservativos, nas escolas, para jovens e adolescentes com idade mínima de 14 anos; oferecimento ainda neste ano de preservativos com custo reduzido - R$ 0,20 para a população de baixa renda - e aumento do número de camisinhas distribuído pelos serviços públicos de saúde o organizações não-governamentais. “Estamos iniciando um projeto piloto nas escolas de Curitiba, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Rio Branco e Xapuri (AC)”, informou Alexandre, lembrando que 85% dos casos de Aids são transmitidos através da relação sexual. O Ministério pretende ainda construir uma fábrica de camisinhas no Acre para ampliar a distribuição pública em até 33%. “Ela possibilitará a produção de 100 milhões de preservativos e estará funcionando a partir de 2005”, explicou. O índice de mortalidade ainda é muito alto, aproximadamente 50% das pessoas infectadas pelo HIV morrem. A meta do Ministério é reduzir esse índice em 30%. “Vamos intensificar as ações especificamente nas regiões Norte e Sul, que ainda não conseguiram reduzir o índice de mortalidade na mesma intensidade que as demais regiões”. Cerca de 600 mil pessoas em todo o país estão infectadas pelo HIV. Deste total, cerca de 350 mil não sabem que são portadoras do vírus. “O nosso objetivo é realizar o teste em 4,50 milhões de pessoas por ano”, afirmou Alexandre. Ele disse que, atualmente, apenas 1.800 pessoas fazem o exame anualmente. Quando o diagnóstico é feito precocemente, a possibilidade de sobrevida do portador é maior e com qualidade. “Hoje, as terapias e os medicamentos disponíveis possibilitam que a Aids seja tratada como uma doença crônica”, afirmou Alexandre. As mulheres ainda são prioridade nas ações de controle da epidemia porque o índice de infecção é 9 vezes maior que entre os homens. Para mudar esse quadro, o Ministério vai garantir o acesso ao preservativo feminino, principalmente às mulheres mais vulneráveis (usuárias de drogas, prostitutas, presidiárias e homossexuais). Nessas classes, as chances de infecção são de 8 a 12 vezes maiores que na população em geral. “A mulher ainda é vista de uma forma muito preconceituosa quando ela propõe ao parceiro o uso do preservativo. Isso precisa mudar”, concluiu Alexandre Grangeiro.

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