O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu a um grupo de 21 representantes de entidades de ruralistas que a paz voltará aos campos brasileiros. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antônio Ernesto de Salvo, o presidente explicou que está desenvolvendo ações para controlar a situação no campo, mas não citou quais medidas serão tomadas.
O presidente da CNA defendeu os fazendeiros que se armam para proteger suas propriedades.
”O ato de alguém se armar é uma reação a uma possível agressão. Se não houver agressão não há necessidade de ninguém se armar”, justificou. O presidente Lula, segundo De Salvo, tranqüilizou os ruralistas afirmando que irá se “debruçar” sobre a questão da reforma agrária neste segundo semestre.
Os ruralistas disseram que não se sentiram desconfortáveis durante o encontro, pelo fato de o presidente ter usado o boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), mas admitiram que não concordam com essa atitude. “O uso de boné é questão de gosto, mas nós achamos que o boné tem sentido além das palavras expressas. Por exemplo, Corinthians e Palmeiras são bonés inocentes. Outros bonés podem conter outro tipo de conotação, mas esse assunto não foi abordado”, disse Salvo.
Durante uma reunião que durou cerca de duas horas, no Palácio do Planalto, os ruralistas pediram ao presidente Lula ações emergenciais para resolver duas questões, além da violência no campo: as leis ambientais e o plantio de transgênicos. “Nós precisamos de regras ambientais que não impeçam o crescimento do país”, reclamou o presidente da CNA.
Sobre a proibição do plantio de transgênicos, o presidente Lula disse aos ruralistas que todos terão que agir dentro da lei, segundo de Salvo. “O problema é que ainda não há uma decisão final sobre a matéria e os agricultores precisam iniciar o plantio”, disse.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também participou da reunião, disse que o governo decidirá sobre os transgênicos com base na ciência e que um projeto de lei será enviado em breve ao Congresso Nacional.
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