O presidente do PT, José Genoino, afirmou que os movimentos de trabalhadores sem-terra que estão promovendo ocupações pelo país devem ceder em suas negociações com os governos estaduais e federal.
"A negociação é legítima. O governo do PT jamais pode se negar ao diálogo e tem de respeitar os movimentos sociais. Mas isso não significa perda de autoridade. O movimento social não pode esticar muito a corda, porque se ela quebrar, prejudica os mais fracos", disse Genoino, em entrevista ao site do PT (www.pt.org.br). E completou: "não se pode pendurar tudo no governo Lula".
Na última quinta-feira (24), o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), João Pedro Stédile, gerou polêmica ao discursar no Sul do país. Na ocasião, ele definiu sua organização como "um exército de 23 milhões de pessoas" que "não podem dormir enquanto não acabarem com eles [os latifúndios]".
"A luta camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas, e do outro lado há 27 mil fazendeiros [proprietários rurais que têm áreas com mais de 2.000 hectares]", afirmou Stédile. "Essa é a disputa que existe na nossa sociedade. Será mil pode perder para um? É muito difícil. O que falta é nos unirmos, para cada mil pegarem um", completou.
Além de definir os sem-terra como "nosso exército", Stédile afirmou que os latifundiários são os seus "inimigos" na "luta" da reforma agrária. O MST, segundo ele, tem de infernizar a vida dos latifundiários.
Previdência
Genoino afirmou que o governo "já fez todas as concessões aos servidores" e não deve mais alterar a proposta de reforma previdenciária, principalmente nos pontos sobre o subteto para o Judiciário nos Estados --de 75% do salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
"O relatório do deputado José Pimentel (PT-CE) deve ser aprovado. A minha avaliação é que o governo já fez todas as concessões aos servidores, incluindo a integralidade [salário integral na aposentadoria]. Defendo que o governo não deve mexer no teto e nem no subteto. Se tiver alguma margem de mudança, tem de ser para alguma reivindicação da CUT [Central Única dos Trabalhadores]."
Segundo ele, as próximas negociações com a base governista serão apenas para "convencimento". "Não é para mudar nada. É para convencer. O governo já cedeu com a integralidade. O governo tem de mostrar que está no limite", disse.
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