O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou no fim da manhã desta terça-feira, em Brasília, o Fórum Nacional do Trabalho, que vai funcionar como uma mesa de negociação entre empresários e trabalhadores, com a mediação do governo, para a criação de novos empregos.
No discurso, Lula defendeu novamente a necessidade de mudança na estrutura sindical do país.
- Estou convencido de que o movimento sindical brasileiro tem que dar um salto de qualidade e extrapolar os limites do corporativismo. Quando o trabalhador sai da fábrica, ele é um cidadão e tem direito a outras coisas que o movimento sindical tem que assumir - disse, explicando que a luta dos sindicatos não deve ser somente por aumento de salário na data-base.
O presidente alertou:
- Devemos adequar a estrutura sindical e a legislação trabalhista ao momento em que nós vivemos.
E acrescentou:
- Eu fico imaginando quantas vezes a ignorância do ser humano ou o medo do ser humano atrapallham a evolução da própria espécie humana.
Segundo o presidente, o fórum pode permitir que se encontre uma forma de organização sindical mais moderna, para que o trabalhador não tenha de estar filiado ao sindicato apenas porque a lei manda, mesmo não sendo adequadamente representado.
- Esse tipo de movimento sindical não me interessa, nem aos trabalhadores, nem ao Brasil e nem a ninguém - declarou.
O presidente se referiu ainda aos desempregados e aos trabalhadores do mercado informal, que precisam ser alvo da preocupação também das centrais sindicais.
- E os milhões que não conseguem empregos, e os milhões que estão na economia informal? Nós não representamos eles? Esse é o desafio que está colocado para vocês: o que nós queremos e o que nós queríamos para o movimento sindical?
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