O clima esquentou durante o depoimento do procurador da República Luiz Francisco de Souza na CPI do Banestado. No momento em que o procurador pedia a convocação do presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), para depor na CPI a fim de esclarecer por que o Banco Araucária, que tinha apenas duas agências, recebeu autorização para operar com contas CC5 em Foz do Iguaçu, Bornhausen entrou na sala pedindo a interrupção do depoimento e dizendo que não tinha qualquer relação com o Banestado e o Banco Auracária.
Bornhausen apresentou várias certidões do Banco Central e do Banco do Brasil nas quais os dois bancos comprovariam que ele não fez remessas ilegais para o exterior. Irritado, o presidente do PFL chamou o procurador de “ladrão da honra alheia”.
- Há de se votar nesta Casa a lei de abuso do poder para botar na cadeia ladrões da honra alheia - afirmou.
Nesse momento, Luiz Francisco tentou responder, mas Bornhausen mandou que ele calasse a boca. No momento mais emocionado de sua fala, o presidente do PFL disse.
- Cansei, senhor presidente. Eu tenho mulher, tenho filhos e quero ser respeitado por esse cidadão que não respeita certidões oficiais.
A sessão foi suspensa por cinco minutos para acalmar os ânimos e dois funcionários públicos que acompanhavam o depoimento começaram a aplaudir o procurador e a gritar palavras de apoio a ele: “É isso aí Luiz Francisco. Bota os corruptos na cadeia”, diziam. Os dois manifestantes foram expulsos da sala e detidos por alguns momentos numa sala reservada da segurança da Casa
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