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O Comitê de Política Monetária (Copom) fez uma avaliação muito positiva, em sua reunião da semana passada, para a evolução dos preços de bens e serviços ao longo do segundo semestre, o que reduz as perspectivas de inflação anual de preços monitorados como combustíveis, gás de cozinha, telefonia e tarifa de energia elétrica. De acordo com a ata da reunião, divulgada hoje, as projeções de inflação se reduzem, embora "ainda acima da meta ajustada" de 8,5% para este ano, mas para 2004 está abaixo da meta de 5,5%. A última projeção do mercado, divulgada na segunda-feira, aponta para uma taxa de 10,13% em dezembro de 2003.
Somado à tendência de inflação declinante observada nos últimos meses, o cenário levou o Copom a baixar a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual, o que reduziu a taxa Selic de 26% para 24,5% ao ano. Segundo a ata, a forte queda de preços verificada nos combustíveis, principalmente, já fez efeito e os indícios agora são de "enfraquecimento das variações de preços, com quedas menos acentuadas nos preços agrícolas e industriais".
A ata da reunião do Copom informa que a desaceleração de alta entre os produtos com preços livres decorreu, principalmente, da retração de preços dos alimentos, apesar das pressões de alta no arroz, leite e seus derivados. Em contrapartida, a maior oferta de feijão, cana-de-açúcar e milho barateou os preços das carnes e dos combustíveis. O maior declínio em junho, de 12,1%, foi verificado no preço do álcool combustível, por causa do recuo das cotações internacionais do açúcar, e isso favoreceu a oferta do produto nos postos de gasolina.
Quanto aos preços no atacado, houve variação negativa nas vendas de produtos agrícolas e industriais pelo segundo mês consecutivo, embora a redução de 1,04% nos alimentos, em junho, tenha sido menos intensa que a retração de 3,08% verificada em maio. A ata da reunião do Copom prevê para julho uma redução de preços ainda menor, em função dos efeitos da entressafra: "Apenas os preços do setor sucroalcooleiro devem manter o ritmo de queda".
A segunda prévia do IGP-M de julho registrou redução de 0,42% nos preços agrícolas, contra queda de 1,5% na segunda prévia de junho, o que já reflete os efeitos da entressafra. Além disso, a ata da reunião do Copom lembra que os preços ao consumidor terão o impacto de reajustes monitorados, como energia elétrica, em São Paulo, e telefonia fixa, em todo o país.
O comportamento do câmbio, ainda segundo a ata, tem contribuído também para a queda da inflação, apesar da desaceleração na atividade econômica: "O Copom permanece atento aos riscos para a concretização de uma trajetória de inflação consistente com a trajetória de metas, no que diz respeito ao grau de persistência inflacionária e à velocidade de queda da inflação".
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