Uma manifestação contra a reforma da Previdência, ontem, em Brasília, que durou quatro horas e reuniu servidores públicos, militantes do PSTU, punks e universitários resultou em depredação do Congresso com 52 vidros quebrados e sete pessoas feridas – cinco seguranças da Câmara e dois manifestantes. A Polícia Militar avaliou o número de manifestantes em 50 mil. Os organizadores, em 80 mil.
A diretoria da Câmara estimou em R$ 20 mil os prejuízos e vai responsabilizar criminalmente os manifestantes identificados que destruíram os vidros do Congresso com chutes, pauladas e pedradas.
Os manifestantes que vieram de várias regiões do País se concentraram às 9h da manhã na Catedral e iniciaram a marcha por volta das 10h20 até o Congresso.
Depois de uma série de discursos na Praça dos Três Poderes, um grupo de servidores destruiu grades de proteção e subiu na cúpula do Congresso. Eles passaram cerca de 20 minutos em cima do prédio, cantando “aha, uhu, o Congresso é nosso!” e estenderam uma faixa: “Lula está jogando a Previdência pública na privada”.
Outras faixas fizeram parte do protesto como: “De Fernando a Fernando, até Lullando a gente vai se ferrando” e “Se quer continuar comendo pão com ovo, basta votar no PT de novo”.
Ao descerem da cúpula, optaram pela rampa que dá acesso à entrada principal do Congresso. Como o local estava sendo vigiado apenas por seguranças da Casa, eles forçaram a passagem, chegaram a derrubar um dos agentes de cima da rampa e partiram em correria na direção do prédio. Começou, então, a quebradeira dos vidros da fachada principal do Congresso.
Nesse momento, participaram principalmente militantes do PSTU, universitários e punks. Eles quebraram os vidros com chutes inicialmente. Depois, outros manifestantes, do gramado, passaram a lançar tubos de PVC, pedras e até uma tampa de bueiro nos vidros.
RESPOSTA – Os chefes dos três Poderes da República condenaram com veemência a violência do protesto. Em nota, o presidente Lula classificou o ato de vandalismo gratuito e irresponsável.
No Senado, o presidente José Sarney (PMDB-AP) alertou que Legislativo, muitas vezes vitimado pela violência institucional, não pode ser atingido pela insensatez. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), também disse que ação é intolerável e antidemocrática.
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