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Um comentário do ministro da Segurança Alimentar, feito hoje na Fiesp, causou constrangimento. Durante o evento que marcava o apoio de empresários ao Fome Zero, José Graziano relacionou migração à violência.
Não são os juros, nem a inflação. Mais de 200 empresários unidos para discutir fome. Os chamados pesos-pesados da economia garantem que vão aderir ao Projeto Fome Zero.
Entre os fartos elogios ao programa, uma preocupação: o mau uso dos recursos arrecadados.
”Esconder que temos uma batalha contra a burocracia e a corrupção é tampar com a peneira. Nossa preocupação, e do ministro Grazziano, é criar mecanismos eficazes que possam coibir essas ineficiências, aprendendo com os erros do passado”, fala o presidente da Fiesp Horácio Lafer Piva.
O consenso era geral, até que o ministro José Grazziano, responsável pelo projeto Fome Zero, cometeu um deslize quando comentava os efeitos da migração nordestina.
”Nós temos que criar emprego lá. Nós temos que gerar oportunidade de educação lá, gerar cidadania lá. Se eles continuarem vindo para cá nós vamos ter que continuar andando de carro blindado”, declarou o ministro da Segurança Alimentar.
Pouco depois o ministro tentava se explicar. Na entrevista coletiva, ele esclareceu que queria apenas alertar das conseqüências da falta de oportunidade nas regiões mais pobres do país. Mas não foi suficiente. No final da tarde ele divulgou uma nota oficial.
Na nota, o ministro diz que não quis ser preconceituoso contra o Nordeste ou qualquer outra região do país. Ele afirma ter apenas destacado que a violência e a exclusão social estão intimamente ligadas.
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