Redes sociais despencam

 

Economia - 12/02/2016 - 22:29:16

 

Redes sociais despencam

 

Por Moacir Drska com Isto É

Foto(s): Montagem: Evandro Rodrigues sobre fotos de: AP Photo/Richard Drew e David Paul Morris

 

Fora dos trilhos: os CEOs Jeff Weiner (à esq.), do LinkedIn, e Jack Dorsey, do Twitter, têm o desafio de recolocar as empresas no eixo

Fora dos trilhos: os CEOs Jeff Weiner (à esq.), do LinkedIn, e Jack Dorsey, do Twitter, têm o desafio de recolocar as empresas no eixo

Depois de abrir capital, em maio de 2012, o Facebook enfrentou um ano difícil, diante da expectativa criada em torno da empresa. Muitos colocaram em dúvida o modelo de negócios da companhia criada por Mark Zuckerberg. Passados quatro anos, o Facebook superou a turbulência e é uma das meninas dos olhos do mercado de capitais, avaliada em US$ 290 bilhões. A boa fase da mais famosa rede social contrasta, porém, com o momento de outros dois ícones do setor. Na semana passada, após divulgarem seus balanços, Twitter e LinkedIn passaram a compartilhar o mesmo problema: a desconfiança de Wall Street.

Enquanto as ações do microblog acumulam uma desvalorização de 38% no ano, o LinkedIn perdeu, apenas na sexta-feira, 5, US$ 10 bilhões de seu valor de mercado e está avaliada agora em US$ 13,5 bilhões. O caso mais crítico é o do Twitter, cuja venda voltou a ser cogitada diante dos maus resultados. Quando abriu capital, em novembro de 2013, a empresa alcançou um valor de mercado de US$ 24,5 bilhões. Hoje, essa cifra está em US$ 9,7 bilhões. O principal fator por trás dessa queda é o crescimento lento da base de usuários.

Desde que reassumiu o posto de CEO da empresa, em julho, o cofundador Jack Dorsey investiu em novos recursos para atrair mais internautas. Mas as iniciativas não surtiram efeito. No quarto trimestre, o indicador ficou estacionado, pela primeira vez, em 320 milhões usuários. “Os recursos são muito confusos para boa parte dos usuários”, diz Vivek Wadhwa, membro eminente da Singularity University e da Stanford University. “O Twitter não tem uma visão real ou liderança. É um clube de meninos que se embriagou com seu próprio sucesso.”

Para Sotirios Paroutis, professor associado da britânica Warwick Business School, há, no entanto, luz no fim do túnel. “A expectativa é que as eleições americanas e a Olimpíada ajudem a impulsionar o crescimento da base de usuários.” Com capital aberto desde maio de 2011 e 414 milhões de usuários ativos, o LinkedIn tem um histórico de boa tração. Mas a empresa liderada pelo CEO Jeff Weiner preocupou o mercado ao divulgar suas projeções. Um dos indicadores foi a previsão de receita de US$ 3,6 bilhões para 2016, abaixo da estimativa de analistas, de US$ 3,9 bilhões.

Outro sinal de alerta foi o crescimento de 20% na receita de anúncios no quarto trimestre, contra 56%, um ano antes. “Vão ser necessários muitos trimestres de sólida execução para restaurar a confiança do mercado”, escreveu Rob Sanderson, analista da consultoria americana MKM Partners, em relatório. “O LinkedIn atingiu o pico com seus produtos atuais e tem uma boa gestão”, diz Wadhwa. “Mas eles precisam aprender como rentabilizar a enorme quantidade de dados que possuem e construir uma rede mais social.”

 



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