Essa famigerada reforma da Previdência que se avizinha, e que norteia a atenção de todo o país nesse instante, está trazendo desagrado geral. Entre tantas aberrações, uma das maiores é a idade “permitida” de 60 anos para homens e 55 para mulheres poderem se aposentar, o quê, convenhamos, é o fim, ainda mais sabendo-se que o brasileiro não tem uma estimativa de vida que ultrapasse os 70 anos de idade, portanto, se esse absurdo passar e virar lei, a pessoa se aposentará velha demais, e terá pouquíssimo tempo para poder usufruir de seu benefício.
Fora esse grave problema, configura-se a utilização de dois pesos e duas medidas no que se refere à atenção dirigida para determinadas categorias profissionais bem remuneradas, que têm salários entre 15 e 20 mil reais, que não gostaram das perdas que aconteceriam, e ameaçaram fazer greve. Devido ao fato de enorme contestação, e por se tratar de uma classe com enorme “poder de fogo”, o quadro mudou e passou a haver diálogo, promessas e cessões, da parte dos parlamentares, em relação ao texto original da mesma. Lindo! Porém, para quem vive (ou sobrevive) com muito menos, está sendo arbitrária a conduta dos políticos, e a reforma deverá ser imposta sem atender às mínimas expectativas da imensa maioria dos assalariados brasileiros. Servidores que recebem salários baixos é que terão de arcar, como sempre, com as maiores perdas, só tendo o direito de reclamar em vão, “pregar no deserto”, já que ninguém ouve e nem aparenta pretender ouvir. Mesmo ameaçando ou promovendo greves, os trabalhadores não abastados, não estão sensibilizando o governo que, por ironia do destino, está nas mãos de um dito partido dos trabalhadores. Trata-se de uma demonstração explícita do já famoso uso de dois pesos e duas medidas. Concluindo, se mexer com os bolsos dos graúdos, o “bicho pega”, mas prejudicar o “zé povinho” sempre pode. PT - Partidos dos Traidores. Votei “nelles”, não voto mais.
(*) Fernando Al-Egypto é bancário & escritor no Rio de Janeiro/RJ (vivapalestina@bol.com.br)
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