É um local que requer observação diferente, atenta a detalhes, e uso da sensibilidade para perceber a riqueza das adaptações da vida como, por exemplo, as palmeiras Indaiá com troncos enterrados ou as árvores de casca muito grossa para resistir ao fogo que seleciona a vida natural e ao mesmo tempo faz tudo crescer novamente. Por toda essa diversidade, chega a ser frustrante sair do parque sabendo que se conheceu muito pouco do que a natureza ali apresenta. Mesmo quem vive no local e o pesquisa, sabe que não conhece o Cerrado, e não conhecer é uma característica insti-gante, um mistério apaixonante.
Histórico
Diferentemente dos outros parques nacionais, sua área foi doada pelo fazendeiro Filogônio Garcia, para fins de preservação, mas que por falta de demarcação e legislação eficiente perdeu 90% da área original para fazendeiros e posseiros os quais atualmente utilizam esta área para cultivo de soja, algodão, girassol, milheto e outras culturas. Foi constituído como parque nacional em 1972, com 131 mil hectares, com ajuda de algumas pessoas da comunidade com destaque para ex-diretor Antônio Malheiros, com 40 anos de dedicação ao Parque.
Ecossistema
O Cerrado ocupa 22,7% do território brasileiro, obtendo a configuração atual a cerca de11.000 anos atrás, no mesmo período em que ocorreu a ocupação humana e o início das queimadas naturais e antrópicas. A vida adaptou-se às queimadas constantes; sementes que germinam durante a queimada, árvores com cascas grossas que protegem a planta, a palmeira indaiá com seu caule subterrâneo; os veados encontram alimentos mais abundantes após a queima, com a vegetação renascendo. Durante uma parte do ano, o Cerrado do Parna Emas e adjacências tem um aspecto aparentemente árido, mas o solo apresenta boa umidade o ano inteiro, com rios e cachoeiras perenes.
É fácil perceber o ciclo anual da vida pontuado pelas épocas da chuva, da seca e da queima. O início do período das chuvas é a época de reprodução dos cupins e da fartura das larvas de vagalumes que sobem nos termiteiros e com sua luz confundem os cupins alados, atraindo-os e comendo-os. Na período mais úmido, muitas aves vêm do Pantanal, época na qual podemos observar cerca de 250 diferentes espécies de pássaros. Após as chuvas, mais de 70 frutos comestíveis são encontrados e nas secas, maior facilidade para observar veados, tamanduás, emas, queixadas e outros mamíferos, répteis e roedores.
A população de jararacas é de um milhão de indivíduos que se somam às outras cobras como sucuris, corais, cipós, jibóias. As cobras e outros animais não representam perigo ao turista quando este é orientado para realizar uma observação consciente do meio ambiente.
O Parna Emas possui uma formação bastante diversificada de cobertura vegetal como o Cerradão (mata com árvores de porte maior), Cerrado strictu sensu (vegetação com arbustos e árvores de porte menor), Mata Ciliar (vegetação ao longo dos rios), Campo Úmido (região de gramíneas com solo encharcado e ocorrência de turfa), Campo Limpo (região de gramíneas), Campo Sujo (região de gramíneas com arbustos espaçados e Veredas (área mais úmida, com abundância de Buriti). Nas Veredas e Campos Úmidos estão as nascentes dos cursos d’água do Cerrado. As trilhas no Parque das Emas são extensas - algumas com mais de 40 km, e não são permitidas as incursões a pé e nem o acampamento. É aconselhável andar com veículos altos para observar os animais acima da vegetação.
Turismo
A atividade ecoturística na região ainda é incipiente, apresentando uma baixa taxa de ocupação, devido as distâncias para se percorrer e por se tratar de uma região pouco conhecida para esta atividade.
Não é uma região para se conhecer durante um final de semana. É necessário mais dias para descansar e aproveitar um pouco da cultura goiania e os atrativos naturais.
A contratação de um guia local torna a visitação do parque mais produtiva e possibilita passeios nas atrações turísticas das cidades de entorno. É conveniente verificar as distâncias entre cada atrativo e o local de acomodação. Em sua maioria, os acesso aos atrativos são possíveis apenas por estradas de terra.
Chapadão do Céu
Um dos principais portões de entrada para o Parque Nacional das Emas, esta cidade se afirma no desenvolvimento do turismo ecológico. Localiza-se no sudoeste goiano, entre os Rios Água Amarela e Formoso, e a uma altitude de 840 metros, o município está a 460 km de Goiânia e 740 km de Brasília, pelas GO-302 e 050 e pela BR-060. A cidade está quase totalmente asfaltada, com 100% de água e enegia elétrica instaladas. Uma rede de esgoto conduz os dejetos ao biodigestor da estação de tratamento local.
Guias treinados e credenciados pelo IBAMA e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente podem ser contratados no Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Telefone: (062) 634-1228
Principais atrações:
Salto do Rio Formoso: Há cerca de 20 km da cidade, na Fazenda Alvorada do Formoso e Pontal, o salto tem aproximadamente 12 metros, com corredeiras e remansos.
Corredeira da Usina: Situada a cerca de 5 km da cidade, na Fazenda Rancho Azul, o local é formado por fortes corredeiras do charmoso Rio Formoso
Prainha do Formoso: Localizada a 12 km do município, em um local de fácil acesso, a pequena cachoeira forma um remanso de águas claras e uma pequena praia
Cachoeira do Ivan Garcia: Com aproximadamente 8 metros e queda d’água em dois estágios, com largura de cerca de 40 metros, ela está localizada no Rio do Prata, a 49 km da sede do município. A cachoeira é precedida por corredeiras e tem abaixo um bom local para banhos e descanso
Cachoeira da Prata: Trata-se de uma belíssima cachoeira no rio de mesmo nome, no Triângulo da Prata, a cerca de 25 km da cidade. Abaixo da queda d’água, o rio abre um grande remanso de águas profundas, apropriado para práticas esportivas.
Canyon do Rio Sucuriu: Com extensão de aproximadamente 5 km. Surge onde o rio precipita num primeiro salto de cerca de 15 metros até um segundo salto chamado “Salto do Dagmar”. Acima do primeiro salto, denominado “Salto do Filó”, existem locais raros e belos, próprios para banho e acampa-mentos.
Costa Rica, MS
Lages (16km): balneário natural composto por piscinas naturais, um pequeno canyon com saltos, corredeiras e matas.
Balneário Mundo Novo: no Distrito de Capela do Baús, possui pequenas cachoeiras e praia natural.
Salto Magestoso do Rio Sucuriu: (2km) queda com 76m de altura, formando um precipício, onde se forma uma cortina de espuma.
Saltinho: (2km) queda que forma uma seqüência de pequenos saltos que se precipita em meio à mata defronte ao Salto Sucuriú.
1° Salto Sucuriú ou Salto Rapadura: no Distrito de Lages, divisa com Goiás, compõe-se de uma seqüência de pequenos saltos com águas cristalinas. Início da descida do sucuriú, na borda do Planalto Central Brasileiro.
Cachoeira das Araras: queda de 30m com uma beleza paisagística conside-rável, apresenta uma vegeta-ção rica em espécimes do cerrado, mata estacionária e ciliar de encosta com formação de vale profundo.
Furnas e Canyons: (40km) compõe-se de um conjunto de canyons: Jauruzinho, Taquarizinho, Engano, Mutum, Furnas.
Borda da Serra da Boa Vista: (40km) borda da Serra das Araras, contendo pequenos cânions com vegetação de matas estacionárias.
Água Santa: (30km) Antigos guêiseres em extinção. Um lago, onde a pessoa não afunda e nem sente a profun-didade.
Orquidário Natural: (12km) compõe-se de um imenso bloco de arenito silificado medindo cerca de 400m de extensão, coberto por um jardim natural com várias espécies de orquídeas, cactos e bromélias nativas.
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