O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse que os sinais da retomada do crescimento da economia no país deverão aparecer no final do ano.”A reversão da curva vai ficar visível nesse último trimestre”, declarou.
Indagado qual a taxa de juros ideal, já que o Comitê de Política Econômica (Copom) divulga na quarta-feira o novo patamar, Furlan não falou em números, mas comentou que o Governo trabalha com objetivo de reduzir o juro real, atualmente em dois dígitos, para um dígito.
Durante o encontro com representantes da Câmara de Comércio França-Brasil, na capital paulista, o ministro reiterou que as exportações são prioridade no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que medidas de desoneração estão em andamento, entre elas a desburocratização das exportações e a definição de investimentos em infra-estrutura, que estão sendo estudados no Plano Plurianual-PPA.
Ele citou também o trabalho da Agência de Promoção das Exportações-Apex, que deve destinar este ano cerca de US$ 60 milhões para a divulgação de produtos brasileiros no exterior. Furlan disse que em suas pesquisas, durantes as viagens ao exterior ,constatou que quando se fala em Brasil, “ as pessoas são mais lembradas”. O objetivo, acrescentou, é criar uma imagem positiva dos produtos brasileiros. Furlan acredita que até o final do mandato de Lula, será possível aumentar as exportações do setor de software, por exemplo, para US$ 2 bilhões, atualmente, lembrou, apenas US$ 100 milhões são exportados.
Reunião da OMC no México
Luiz Furlan , que estará presente na reunião da Organização Mundial do Comércio-OMC, em Cancún, no México, no próximo mês, defende o fim dos subsídios que afetam a competição mundial das exportações, além de subsídios que criam obstáculos para a entrada de produtos e de regras que dificultam o acesso ao mercado prejudicando o consumidor “que muitas vezes, pagam mais por produtos de menor qualidade”.
O ministro disse estar otimista. "Houve uma mudança de “clima” desde o último encontro em Montreal, no Canadá. Com dois significados, ressaltou, a Europa conseguiu “destravar” a reforma da política agrícola comum. O outro motivo é uma consciência de países como Estados Unidos e a União Européia de que “se eles não tiverem uma flexibilização, teremos um fiasco em Cancún”. Concluiu dizendo que espera “ um avanço moderado e a criação de uma agenda positiva”.
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