Os políticos pensam muito mais nas eleições do que nos anseios do povo às voltas com problemas que esses mesmos políticos não resolvem – por impotência, omissão ou descaso. Tanto isso é verdade que atualmente, a praticamente dezoito meses da eleição municipal, toda a movimentação política dos partidos – e por conseqüência das lideranças – visa articulações e acordos para o pleito que está relativamente distante.
Para o ano que vem as coisas estão complicadas por causa das alianças partidárias feitas em 2002 na eleição para governador e presidente da República. Na hora de conquistar o governo do Estado ou a Presidência, houve união, mas para 2004 cada partido quer conquistar a Prefeitura.
Caso explícito: o PMDB pretende disputar a Prefeitura de Curitiba; o PT não abre mão de candidatura própria. E aí, como fica a aliança formada em 2002? O PSDB e o PFL sempre foram bons aliados, mas por enquanto não se entendem.
No PT
O posicionamento do Partido dos Trabalhadores pode ser deduzido da declaração do presidente da Itaipu, Jorge Samek, um dos líderes petistas mais respeitados do Paraná.
Segundo ele o partido não abre mão da candidatura de Ângelo Vanhoni, que no pleito passado meteu um grande susto em Cássio Taniguchi. “Tenho acesso a pesquisas e é impressionante o número de curitibanos que querem votar em Vanhoni”, afirmou. Quanto à aliança com o PMDB, Samek acredita que ela será mantida. “Vou brigar para manter essa aliança”, assegura.
Existe uma certa cobrança, pois os petistas entendem que a participação do partido e a força de Luiz Inácio Lula da Silva foram fatores decisivos para a eleição de Roberto Requião ao governo. Agora seria o momento da retribuição.
No PMDB
Uma corrente forte do partido defende candidatura própria para disputar a Prefeitura de Curitiba, podendo a aliança com os petistas ficar para eventual segundo turno. O nome mais cogitado para concorrer é o do deputado federal Gustavo Fruet, que, cautelosamente, tem evitado o tema. Se ele realmente recusar e o partido não conseguir outro nome forte, o acordo com o PT será liquido e certo.
No PFL
O prefeito Taniguchi está reunificando o partido para tentar fazer seu sucessor em 2004, já que pretende disputar o governo estadual em 2006. O que ainda não há no PFL é nome. Pelo menos nome forte e desde já comprometido com a candidatura. Sobre uma possível composição com o PFL, o prefeito afirmou que se trata de uma questão partidária nacional.
“Neste âmbito, há uma mobilização no sentido de que PFL e PSDB caminhem juntos, o que significa que o partido que estiver em melhores condições de ganhar, recebe o apoio do outro”, disse o prefeito, ressalvando que em Curitiba os dois partidos têm candidatos fortes.
Na questão do pleito em Curitiba, deve ser levada em conta também a posição do presidente regional do PFL, o deputado federal Abelardo Lupion, que é influente. Aparentemente, o partido não está totalmente unido, por causas de grupos e nomes que não convergem.
No PSDB
Assim com os pefelistas, os tucanos também movimentaram a base partidária, tratando de eleições de comissões provisórias, já definindo algumas linhas mestras para a campanha do ano que vem.
Beto Richa assumiu a presidência da comissão provisória estadual e trabalha sua candidatura à Prefeitura, o que se deduz do apoio que tem para reorganizar o PSDB no Paraná. Até o presidente nacional tucano, José Aníbal, manifestou confiança em Richa, que ainda não fala em definição de nomes.
“Temos pressa para formar a chapa de vereadores e lançar nomes para as prefeituras, pois queremos candidato próprio no maior número possível de municípios”, afirmou, sem se referir especificamente quanto à situação do partido na capital.
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