Como fica o turismo após o ataque terrorista contra a ONU

 

Turismo - 27/08/2003 - 09:51:58

 

Como fica o turismo após o ataque terrorista contra a ONU

 

Da Redação com Comunique-se

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O atentado contra a sede da ONU em Bagdá, no início da semana, onde pelo menos 23 pessoas morreram, entre eles o representante especial das Nações Unidas no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, é uma manifestação clara e inequívoca, de indivíduos ou grupos extremistas contra cidadãos, instalações, empresas e interesses. Uma guerra declarada contra a comunidade internacional, em particular contra os norte-americanos. Táticas terroristas já vêm sendo usadas há muitos séculos e, em muitos países do mundo, em diversas épocas, mas vêm recrudescendo nos últimos tempos. O objetivo principal é desestruturar o inimigo dentro de seu próprio país ou área dominada. Dizem os especialistas que "essa prática, devido ao seu baixo custo, torna-se a única forma de atingir um inimigo que é numericamente superior ou mais forte, causando pesadas baixas e, mais do que isso, instituindo o terror em seus habitantes, o que gera pressão política para talvez forçar o inimigo a recuar". Os atentados terroristas em Israel, Espanha ou África, entre outros, apesar de seu alto preço, parece não ter fim. O brutal e devastador ataque perpetrado contra os escritórios da ONU, em Bagdá, foi um sinalizador. Nunca havia acontecido um atentado dessa magnitude contra as Nações Unidas e ele pretendeu criar uma situação de confronto direto das forças dominadoras. Buscar os culpados sem ferir interesses e posições radicalizadas, sem provocar polêmica, é impossível, pois tanto cidadãos pacíficos quanto terroristas se acham com a razão. Diante da gravidade deste mais novo atentado, abre-se a oportunidade para os tradicionais balanços e prognósticos setoriais. Estabelece-se um autêntico exercício de futurologia com a intenção de prever o mundo daqui a algum tempo, principalmente por aqueles que se credenciam como maiores conhecedores do assunto, dentre eles: mães de santo, cartomantes, astrólogos, enfim, especialistas de vários matizes. Serão feitas previsões para as tradicionalíssimas perguntas: O que acontecerá? Quais são as perspectivas disso? Daquilo? Daquilo outro? O que acontecerá com ele? etc, e daí por diante. Assim sendo, cabe também se perguntar: e o turismo, o que acontecerá com o ele, diante deste fato gravíssimo? Essa pergunta, já vinha sendo feita desde os atentados terroristas sobre o World Trade Center, em New York, no dia 11 de setembro de 2001. Aqueles marcantes episódios que se sucederam sem dúvida afetaram abrupta e profundamente a atividade turística mundial desde então e vem deixando incrédulo e inseguro todo o setor. Acredita-se serem passageiros os efeitos diretos e indiretos destes atos terroristas sobre o turismo mundial, no longo prazo, quando espera-se que a atividade retome o seu caminho e, com naturalidade, as transformações que se prenunciam, tal qual vinha acontecendo, desde o final dos anos 90. E qual será esta trajetória? Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo é "uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações -compras e vendas de serviços turísticos- efetuadas entre os agentes econômicos do turismo e gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área em que têm residência fixa". Aceita esta afirmativa como verdadeira, pode-se dizer que o futuro do turismo mundial será promissor, uma vez que as pessoas não deixarão de se deslocar por motivos rigorosamente turísticos. Elas deverão, mesmo diante do temor de novos atentados terroristas, continuar se deslocando para fora de seu entorno habitual, seja por motivo de ócio ou de negócio e continuarão realizando transações de compras e vendas de bens e serviços turísticos. Pode-se dizer, portanto, que o turismo será uma atividade expansiva no longo prazo e, inexoravelmente, haverá de garantir emprego e renda para as pessoas. Quanto às modificações que se prenunciam, ao se conceber um cenário futuro da atividade turística mundial, pode-se dizer que muita coisa vai mudar, principalmente em razão da profunda e acirrada competição que se instalou no âmbito da atividade turística, seja no nível local, nacional ou internacional. Pode-se afirmar com certeza que os agentes do turismo buscarão uma melhoria da qualidade na prestação dos serviços. Também, pode-se dizer que o turismo passará por profundas e importantes mudanças em direção a novas experiências. A atividade, antes condicionada a um público de maior poder aquisitivo, menos consciente, exigente e dispendioso, trabalha para atender um público com novo perfil: de cliente com poder aquisitivo limitado, que deseja produtos e serviços de qualidade a custo baixo, muito exigente e disposto a interagir com as atrações turísticas. Aquele que com certeza sequer havia viajado antes, quanto mais, feito viagens luxuosas, caras e prolongadas. Em resumo, pode-se dizer que, neste mundo globalizado, mesmo não sendo pitonisa ou profeta, mas com uma certa dose de acerto, que, à primeira vista, diante da concorrência cada vez mais acirrada, de mercados cada vez mais competitivos, de clientes cada vez mais exigentes e informados e dispostos a se interagir a atração e a comunidade visitada, a atividade do turismo vai passar por profundas e inovadoras transformações. Irá também se consolidar enquanto atividade em expansão e com grandes perspectivas desenvolvimentistas, mesmo que os terroristas assim não o desejem.

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