Na rodada de reuniões com a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que chega ao país nesta segunda-feira, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer dar um novo status às reformas da Previdência e Tributária. Segundo informações jornal O Estado de S. Paulo, o novo governo quer mostrar as mudanças que fará nessas áreas. Será a primeira visita oficial de uma missão do Fundo no governo do PT, com permanência prevista de duas semanas e meia.
O governo quer cobrar também uma maior flexibilização do Fundo, já que anunciou na semana passada um grande ajuste fiscal, subiu os juros e tem sido conservador até agora com a economia. Com isso, o governo espera ter uma "folga" do FMI. Nessa rodada de negociações, os destaques são a definição da nova meta de inflação e para as contas públicas em 2003, já anunciadas pela equipe de Lula.
Segundo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o governo pretende cumprir o acordo até o fim, mas não vai se preocupar com prazos. Por exemplo, a discussão sobre a questão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deverá ser tratada dentro da reforma tributária. "Vamos dizer ao Fundo que faremos de outra maneira", disse Palocci ao O Estado de S. Paulo.
O relacionamento do Fundo com o governo está sendo cordial. Depois de um encontro com Lula em Paris, o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, afirmou que "era correto apoiar o governo Lula". Apesar disso, Palocci tem afirmado que quer adotar uma postura mais autônoma em relação à instituição. Ele disse que, se dependesse da sua vontade, o acordo do Brasil com o FMI não será prorrogado. "Vamos cumprir o contrato e boa noite, até logo." O acordo em vigor acaba em dezembro de 2003.
A missão do FMI também tem o objetivo de verificar se o Brasil cumpriu as metas fixadas para 2002. Se as contas do ano passado forem aprovadas, o governo brasileiro terá acesso a mais uma parcela de 6 bilhões de dólares. As primeiras reuniões em Brasília estão programadas para quarta-feira.
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