O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, iniciou na quinta-feira o maior teste de seus seis anos de administração, quando testemunhou sobre a morte de um especialista em armas que foi envolvido em um disputa sobre os argumentos para uma guerra no Iraque.
Blair é o segundo premiê britânico a enfrentar um inquérito judicial, que já conseguiu desnudar os mecanismos de funcionamento do governo de forma nunca vista antes.
A aprovação do líder caiu por causa do assunto e da maneira pela qual o governo lidou com a morte de David Kelly.
O primeiro-ministro afirmou que se uma matéria da rede BBC acusando seu governo de "exagerar" nas informações de inteligência sobre armas proibidas no Iraque fosse correta, ele teria renunciado.
"Essa foi uma alegação que se tivéssemos nos comportado de uma forma tal teria valido minha renúncia", afirmou.
Dezenas de britânicos acamparam durante a noite do lado de fora do complexo Royal Courts of Justice, no centro do Londres, para acompanhar a participação de Blair. Quando ele chegou, manifestantes antiguerra mostraram cartazes com um Blair exposto como um criminoso "procurado".
Blair, um articulado advogado acostumado com os rigores de interrogatórios, deve defender a maneira como o seu governo Trabalhista apresentou os argumentos para uma guerra que a maioria dos britânicos condenava.
Mas ele ainda terá que encarar difíceis questões sobre o tratamento dado a Kelly e o que o levou à morte.
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