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A terceirização pode ser uma boa alternativa para algumas atividades dentro da tecnologia da informação, mas pode causar transtornos – e prejuízos – se adotada em áreas ligadas à estratégia de negócios da empresa. Esse foi o principal alerta feito pelos CIOs que participaram, na tarde desta quinta-feira, da mesa-redonda Outsourcing: onde está o equilíbrio entre eficiência e rendição?, coordenada pela revista INFO, dentro da programação INFO CIO Meeting 2003.
“Existe muita pressão para a terceirização e a grande complexidade do ambiente de TI acaba empurrando muitas empresas nesse rumo”, disse Carlos Eduardo Correa da Fonseca, do Banco Real/ ABN Amro. “Algumas atividades são commodities e podem ser terceirizadas, mas o que é negócio da empresa deve ficar com a área de TI”, acrescentou Maurício Ghetler, do Banco Santos.
Um bom exemplo dessa estratégia foi dado por Tadeusz Prusaczyk, da Parmalat, que hoje tem 50% de suas atividades de TI terceirizadas. O outsourcing foi adotado nas áreas de comunicação de dados (com a contratação do serviço da Primesys), de infra-estrutura e suporte das fábricas no Brasil e de suporte a sistemas legados. Já a implantação de sistemas relacionados com a atividade principal da empresa – como de gestão (ERP) e comércio eletrônico – não serão terceirizados.
A área de TI da Shell, por sua vez, passou por várias fases desde que decidiu recorrer ao outsourcing, há cerca de 17 anos. Carlos Roberto Teixeira Netto contou que, no primeiro momento, a terceirização foi total. Cinco anos depois, a Shell resolveu trocar de provedor e trazer de volta para a empresa algumas atividades, que não eram consideradas commodities. Na terceira fase, a empresa investiu no relacionamento com o provedor de serviços, com o qual estabeleceu uma parceria e um acordo de nível de qualidade de serviços (SLA). Hoje, está iniciando uma nova etapa, de outsourcing globalizado.
Para o Submarino, a terceirização foi a forma encontrada para implantar rapidamente uma solução de negócios. O próprio desenvolvimento do site foi feito por uma empresa contratada e, depois, trazido para dentro da área de TI. Hoje, o Submarino usa data center terceirizado, para reduzir custos, mas mantém sob seu controle aplicações estratégicas, como sistema anti-fraudes e a base de conhecimento sobre os clientes. “Ao contrário do que muitos pensam, o outsourcing não é uma forma de se livrar de um problema, mas sim de resolvê-lo de um modo mais eficiente”, concluiu Flávio Jansen, CIO do Submarino.
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