Quando se tem como irmão um superastro de Hollywood -- conhecido em todo o mundo como Rocky ou Rambo -- talvez a carreira artística não seja a melhor escolha. Mas tente dizer isso a Frank Stallone: ator, cantor, músico, compositor e irmão de Sylvester.
"Adoro o sucesso do meu irmão", disse ele a um repórter que tentou em vão achar um traço de rivalidade entre o clã Stallone.
"A única coisa que me incomoda é que meu primeiro disco saiu ao mesmo tempo que 'Rocky' (1976). As pessoas acharam que eu tinha pegado na guitarra duas semanas antes para montar no sucesso dele, mas eu estava batalhando há 12 anos!", contou o roqueiro que virou cantor romântico.
"O sucesso dele é tão imenso, não é culpa dele. Eu poderia enlouquecer, mas coloco tudo em perspectiva. Só um quarto de um por cento do mundo vive desse jeito. Eu tenho meu jeito de viver e sou feliz assim", afirmou Frank, acrescentando com um ar maroto: "Mas não estou preparado para ser esquecido".
ESQUECIMENTO
Infelizmente, porém, boa parte de sua carreira já foi esquecida ou pelo menos ofuscada pela sombra de seu irmão.
Alguém ainda se lembra de "A Febre Continua", seqüência de "Embalos de Sábado à Noite" para a qual Frank Stallone compôs a trilha que lhe rendeu indicações ao Globo de Ouro e ao Grammy?
Ou da canção de sucesso "Darlin", de 1984? E de sua atuação como o barman Eddie em "Condenados pelo Vício", ao lado de Mickey Rourke? E das trilhas de "Rocky 2", "Rocky 3" e "Rambo 2"?
Agora o artista de 53 anos acredita que encontrou a fórmula de ser lembrado: mudar do rock para Johnny Mercer, Cole Porter, Jerome Kern e Rogers & Hart.
Seu novo álbum, "In Love In Vain", é composto apenas de standarts românticos.
"Adoro rock, mas além de amar os Beatles, ouço Frank Sinatra. Eu ouço desde Johnny Mathis a Motorhead e AC/DC", acrescentou.
O cantor está lançando o álbum em seu próprio selo, o Simba e diz que desta forma está no controle de seu destino.
"Se eu fracassar, fracasso nos meus próprios termos", ponderou o irmão.
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