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A comissão que investiga a morte do especialista em armas do governo britânico David Kelly ouvirá na segunda-feira a viúva do cientista. Ele suicidou-se após ter sido envolvido em uma desavença sobre a posição do governo na guerra do Iraque.
A viúva de Kelly --que foi encontrado com o pulso cortado após ter sido apontado como a fonte de uma reportagem da BBC acusando o governo britânico de ter exagerado na ameaça que o Iraque representava-- dará um importante ponto de vista sobre o estado do marido horas antes da morte.
Uma porta-voz da comissão disse que Janice Kelly, 58, e sua filha, Rachel, deverão ir pessoalmente à Corte Real de Justiça de Londres, mas poderão testemunhar por meio de vídeo a partir de uma sala separada.
A comissão, que já ouviu Blair, também receberá nesta semana a irmã, a filha com o noivo e amigos de Kelly, além de um psiquiatra e um líder religioso.
Reportagens disseram no domingo que a viúva de Kelly contará sobre a intensa pressão que o marido sentiu após ter admitido que falou com o repórter da BBC que acusou o governo de ter exagerado no dossiê sobre as armas do Iraque.
O jornal Sunday Telegraph disse que Janice Kelly contou a amigos que ela e o marido tiveram muitas discussões antes da morte.
O The Observer disse no domingo que Kelly escreveu um artigo antes da morte dizendo que a ação militar era a única maneira de "desarmar conclusivamente" o Iraque.
A morte do cientista afundou Blair em sua pior crise em seis anos de governo e provocou a abertura da investigação sobre detalhes de suas ações para justificar a guerra e sobre como tratou Kelly.
Blair negou que seu governo exagerou na ameaça iraquiana, mas reconheceu que esteve sob forte pressão do público para justificar a ação militar.
Uma pesquisa publicada na sexta-feira mostrou que a confiança do público em Blair está caindo -- somente 22 por cento dos entrevistados disseram achar que o governo foi honesto e confiável
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