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O forte esquema de segurança montado para o desfile de 07 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, afastou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que ela mais gosta: de estar perto da população. O presidente chegou à Esplanada em carro fechado e dispensou o tradicional desfile no Rolls-Royce da Presidência da República. Era o momento em que o presidente mais se aproximava do público nos desfiles anteriores.
Depois do carro fechado, uma surpresa. Toda a área em frente ao palanque presidencial foi isolada com grades e mantida vazia. Ela foi reservada para o pouso de pára-quedistas e apresentações de simulações de resgate de tropas com helicópteros. As pessoas que conseguiram chegar mais perto de Lula ficaram a cerca de 30 metros de distância em uma arquibancada reservada inicialmente para funcionários da Presidência da República. Como até às 8h da manhã a área não havia sido ocupada, foi liberada para a população que teve que passar por detectores de metais montados pela segurança do presidente.
Vantuil Paulo de Santana, morador da Vila Planalto, um bairro de pioneiros de Brasília situado a cerca de 1 km do Palácio do Planalto, chegou às 6h e conseguiu garantir um lugar na arquibancada mais próxima do presidente. Ele não escondeu a alegria de poder ver o presidente um pouco mais de perto. “Estou muito feliz em poder ver o Lula. A festa está muito bonita, mas acho que as pessoas ficaram muito longe do presidente”, afirmou.
O presidente cumpriu rigorosamente o protocolo. Depois de passar as tropas militares em revista em carro fechado, Lula dirigiu-se ao palanque das autoridades e acompanhou todo o desfile ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia. Tanto a primeira-dama quanto a esposa do vice-presidente José Alencar, Mariza Gomes da Silva, entraram no clima da festa da Independência. Marisa Letícia chegou à Esplanada vestida em tailleur amarelo, sapato amarelo, e um lenço verde ao redor do pescoço. Já a vice primeira-dama optou por um tailleur azul, mas colocou no pescoço um lenço com o desenho da bandeira brasileira.
Lula acompanhou o desfile como manda o protocolo: com muita atenção. Logo no início fez comentários com o vice-presidente José Alencar sobre a apresentação de crianças de escolas de Brasília. E abriu as comemorações depois de receber a bandeira brasileira das mãos de quatro pára-quedistas do Exército que pousaram no gramado central da Esplanada. Lula atravessou a rua e hasteou a bandeira em frente ao palanque presidencial, ao som do hino nacional, e sob a salva de 21 tiros de canhão.
Um dos momentos que mais emocionou o presidente foi a apresentação dos atletas brasileiros que disputaram os Jogos Pan-Americanos no mês passado, na República Dominicana. Os atletas homenagearam Lula ao passar em frente ao palanque presidencial com o refrão utilizado pelas torcidas organizadas nos estádios de futebol: “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. A emoção não foi apenas em cima do palanque. O tenista medalha de ouro no Pan, Fernando Meligeni, que carregou a bandeira brasileira e comandou a delegação, garantiu que os atletas também ficaram muito emocionados. “É uma coisa muito legal da gente viver, um incentivo muito grande para o esporte e o reconhecimento de que o esporte é importante para o país”, afirmou o tenista.
No primeiro 07 de setembro do governo Lula nem todos os ministros compareceram. Ciro Gomes (Integração Nacional), Emília Fernandes (Secretaria Especial da Mulher) e Ricardo Berzoini (Previdência) não foram à Esplanada, assim como o presidente da Câmara, João Paulo Cunha. Já o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, chegou quando o locutor oficial já anunciava a presença do presidente. Para não comprometer o cerimonial, Rodrigues subiu ao palanque pela lateral, em meio aos Dragões da Independência.
Lula foi recebido pelo vice-presidente José Alencar, pelo ministro da Defesa, José Viegas, e pelo governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. O presidente dividiu o palanque, também, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Correa, que na semana passada fez duras críticas ao presidente e ao seu governo.
Durante todo o desfile, Lula conversou de forma descontraída com José Alencar e com os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci (Fazenda). Mas quem exigiu maior atenção do presidente e da primeira-dama foi o neto Thiago, filho de Marcos Lula da Silva. Três filhos do presidente acompanharam o desfile do palanque das autoridades: Fabio, Sandro e Luiz Cláudio. Os outros dois, Lurian e Marcos, não vieram a Brasília.
O que mais chamou a atenção do presidente foram os pára-quedistas e a Esquadrilha da Fumaça. Ele se impressionou com as manobras dos aviões Tucano da Esquadrilha e com as evoluções dos 40 pára-quedistas civis que deram um show à parte. Impressionado com a quantidade de pára-quedas, o neto do presidente apontou o dedo para o céu enquanto a avó Marisa lhe pedia que contasse cada um dos que pousava.
Ao final do desfile, Lula deixou a Esplanada em carro fechado e se dirigiu para o Palácio do Planalto onde encerrou as comemorações do Dia da Independência com o 7º Encontro Cívico com estudantes de escolas públicas organizado pelo Ministério da Educação em parceria com a Nestlé.
Lula e Dona Marisa ganharam duas mochilas com kits de ensino. Como se fosse para a escola, o presidente botou a mochila nas costas pousando para fotografias. E reiterou a importância de o governo federal firmar parcerias com a iniciativa privada para estimular, entre outras coisas, a educação. "As pessoas quando são convocadas, quando são motivadas, as pessoas participam. Muitas vezes nós é que achamos que o povo não tem interesse pelas coisas que nós sequer as motivamos a colocar em prática”, disse.
No final da cerimônia, os atletas e as crianças foram saudados por uma chuva de pétalas de rosas. O presidente também aproveitou a oportunidade para assinar decreto que regulamenta as datas de hasteamento da bandeira brasileira e a execução do hino nacional nas escolas, preferencialmente às segundas-feiras, no turno matutino, e às sextas-feiras, no vespertino. O presidente entregou, também, diploma de honra ao mérito ao aluno Sebastião de Souza, de 53 anos, que na avaliação de Lula é um exemplo por estar se dedicando aos estudos em uma fase mais adiantada da vida. E também ganhou de presente uma cópia do seu histórico escolar.
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