Mundo lembra ataques de 11/9 e questiona resposta dos EUA

 

Internacional - 11/09/2003 - 09:13:59

 

Mundo lembra ataques de 11/9 e questiona resposta dos EUA

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

No segundo aniversário dos ataques de 11 de setembro, os australianos lembraram seus mortos e embaixadas norte-americanas em toda a Ásia acenderam velas, mas a imprensa local ressaltou a queda de apoio aos Estados Unidos. Em Tóquio, budistas vestidos com mantos amarelos lideraram um grupo de 20 pessoas que rezaram pela paz na frente da embaixada dos EUA e protestaram contra a guerra no Iraque. O grupo ambientalista Planet Ark plantou 3.000 árvores em um parque de Sydney, em memória aos mortos pelos ataques suicidas com aviões contra o World Trade Center, o Pentágono e também pelos mortos em um avião que caiu em um campo da Pensilvânia. Uma nova fita mostrando Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, elogiando os ataques, lançou uma sombra sobre as celebrações. "Os ataques nos EUA levantaram de fato o 'gigante poderoso' do qual o senhor Bush falou na época", ressaltou o editorial de um jornal de Hong Kong. "Mas a única superpotência restante no mundo precisa entender que a posição 'conosco, ou contra nós', e especialmente o uso de mais agressão, somente alimentará o ódio que motivou os ataques." Esta percepção refletiu-se por toda a Ásia e lembra como as ações militares dos EUA dividiram o mundo. "Será seu (da América) suposto desejo de lidar com as ameaças globais à segurança na verdade uma operação para zerar as ameaças somente à segurança americana?", questionou o jornal Indian Express. "Será que o tema da coalizão é simplesmente uma cobertura para o unilateralismo americano?" O Parlamento da Austrália observou um minuto de silêncio em memória às vítimas. O primeiro-ministro australiano, John Howard, disse na televisão: "Esta guerra contra o terrorismo provavelmente vai durar anos e ninguém pode se considerar fora do alcance do terrorismo." Na Malásia, país de maioria muçulmana que se aliou rapidamente a Washington na guerra ao terror, uma atitude diferente foi demonstrada por uma coluna de opinião do jornal New Straits Times. "Não soaram sinos pelas vítimas da inacreditável selvageria israelense", escreveu Shad S. Faruqi. Yogo Nomoto, 37, anos, funcionário público em Tóquio, declarou: "Quando aconteceu o terrorismo, acho que as pessoas no mundo inteiro se solidarizaram com os Estados Unidos. Mas acho que os Estados Unidos perderam seu poder com seus atos nos dois anos seguintes." Editoriais de jornais criticaram as ações militares dos EUA no Afeganistão e no Iraque. "Dois anos após 11 de setembro...a América vai em direção ao auto-isolamento e às ações unilaterais", observou o jornal do Exército Popular do Vietnã. O jornal australiano Sydney Morning Herald foi mais direto. "A boa vontade dos aliados da América dissipou-se. A ameaça representada pelos terríveis ataques de dois anos atrás continua." Na Indonésia, local do pior ataque do mundo pós-11 de setembro -- os atentados de Bali em outubro de 2002, que mataram 202 pessoas --, o Jakarta Post adotou um tom parecido. "Há também o medo de que, a menos que seja gerenciada com cuidado, a guerra contra o terrorismo seja percebida no mundo islâmico como uma cruzada contra eles." O jornal francês Le Monde publicou uma manchete em 11 de setembro de 2001 dizendo que todos sentiam-se americanos. Nesta quinta-feira, seu editorial sobre Washington afirmou: "A compaixão deu lugar ao medo de que ações mal consideradas estejam agravando os problemas e de que a luta contra o terrorismo seja um pretexto para ampliar a hegemonia dos EUA."

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