Mas o que poucos sabem é que, muito antes da concepção da estátua tal e qual foi erguida — projeto do engenheiro Heitor da Silva Costa (1873-1947) —, a ideia de um monumento no alto do Corcovado teve a princesa Isabel (1846-1921) como apoiadora e, em dado momento, seu nome foi apresentado como a própria figura a ser homenageada.
A nobre, vale ressaltar, nunca aprovou nenhuma ideia do tipo.
Procurada pela reportagem da BBC News Brasil, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, que mantém e administra o Cristo Redentor, confirmou a história.
Em nota, a instituição diz que "após a abolição da escravatura, a Princesa Isabel rejeitou a proposta de construção em sua homenagem no monte Corcovado, e ordenou a construção de uma imagem ao Sagrado Coração de Jesus que, para ela, era o verdadeiro redentor dos homens".
Esse projeto, contudo, foi cancelado com a Proclamação da República, em 1889, conforme ressalta a Arquidiocese.
"No contexto do movimento abolicionista foram propostas muitas iniciativas para homenagear a princesa Isabel como forma de celebrar a memória da Lei da Abolição", acrescenta o historiador Paulo Knauss de Mendonça, professor na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
"Já na época da aprovação da Lei do Ventre Livre, em 1871, houve também proposta de erguer monumento público à memória dessa conquista social. O fato é que nenhuma dessas iniciativas prosperaram. A princesa só foi homenageada com uma estátua na cidade do Rio de Janeiro em 2003."
Festa dos 90 Anos do Cristo Redentor
... Continue Lendo...