O novo Speedy entra no ar hoje com sete pacotes distintos de acesso: três para usuários domésticos e quatro para os corporativos. A principal mudança é que estes pacotes determinam o consumo máximo de dados a que o assinante terá direito a cada mês, o que está deixando muitos usuários preocupados.
Outra mudança (esta, segundo a Telefônica, atendendo a pedidos), é a possibilidade de compra do modem, que será subsidiado pela operadora. A opção de aluguel a 16 reais/mês continua existindo.
O novo pacote básico, o "substituto" do atual Speedy 256 Kbps - que, segundo a Telefônica, concentra hoje 92% de todos os usuários -, é o de 450 Kbps, com direito a consumo de 10 GB de dados por mês e mensalidade de 97,90 reais (sem contar o modem e o provedor). Para Fábio Bruggioni, diretor de negócios de internet da Telefônica São Paulo, 10 GB é o suficiente para, em um mês, acessar 30 mil páginas da web, baixar mil músicas, assistir a 50 trailers, baixar 500 programas pequenos, receber 10 mil e-mails, acessar 4 000 documentos do Word e passar 72 horas jogando online, tudo somado.
Os demais pacotes são o de 300 Kbps, com direito a 3 GB/mês (mensalidade só do Speedy de 97,90 reais), e o de 600 Kbps, com 15 GB/mês e mensalidade de 159,90 (sem provedor e modem). Para o Speedy Business, ainda há a opção de 2 MB, com direito a acessar 50 GB de dados por mês (1 226,40 reais mensais), sendo que o pacote de 450 Kbps dá direito a 20 GB/mês (mensalidade de 148 reais) e o de 600 Kbps, a 30 GB/mês, com mensalidade de 225 reais (apenas o Speedy).
Esta questão de limitação de acesso deixou os usuários do Speedy em polvorosa nas últimas semanas. Na opinião de Bruggioni, é porque eles não têm muita noção do quanto gastam na web. "Temos dados estatísticos que mostram que, hoje, 5% dos usuários usam 60% da nossa rede. Os demais 95% não usam mais de 3 GB por mês, em média. Resumindo, 95% dos 400 mil usuários acabam pagando, financeiramente e em qualidade, pelo uso dos outros 5%", disse. O executivo acredita que apenas estes heavy users é que podem vir a reclamar dos novos planos, já que serão os que terão o valor da mensalidade aumentado e as possibilidades de download reduzidas. "Quem usa o Speedy para trabalhar terá que pagar por isso, e não o usuário doméstico, que usa apenas para navegar com velocidade, fazer alguns downloads e se divertir. Este não é o problema da comunidade Speedy", disse Bruggioni.
Para quem optar por um pacote e exceder seu limite, será cobrada (não nos primeiros três meses) uma taxa de 10 centavos de real por MB adicional.
O usuário que migrar para os novos planos e quiser ter uma idéia de quanto gasta por mês para assinar a versão mais apropriada poderá usar a calculadora de simulação que estará no portal Speedy, contou Bruggioni, ou então contatar o atendimento. Os atuais usuários não são obrigados a migrar para os novos planos - mas a Telefônica admitiu que as opções de 256 Kbps e 512 Kbps podem ser extintas um dia.
Em todos novos pacotes, os usuários passam a ter acesso ao portal de serviços Speedy Zone, onde será possível obter o extrato detalhado de consumo, dicas de navegação, atendimento via chat, enquetes e o informativo mensal Speedy News. Neste portal também haverá uma nova ferramenta: o Acelerador sob demanda. Com um clique, o usuário poderá aumentar sua velocidade de acesso para 1Mbps pelo tempo que for necessário - fazer um download específico, por exemplo. Vai custar 4,90 reais por hora utilizada.
Outra novidade deve vir dos provedores: segundo Bruggioni, a Telefônica está baixando os custos de infra-estrutura para os provedores em cerca de 50%, e esta redução deve ser repassada aos assinantes. Globo.com e Terra, por exemplo, já estão anunciando mensalidades promocionais por a partir de 19,90 reais.
Manoel Amorim, CEO da Telefônica, admitiu que a qualidade do Speedy "piorou" nos últimos três meses, mais um motivo das reclamações recentes dos usuários. O executivo explicou que isso aconteceu por causa das mudanças que estavam sendo feitas nas redes IP e de acesso, também conhecida como última milha. A rede IP foi redesenhada, disse, para a transformação dos antigos 250 agregadores de tráfego em apenas dois pontos. "Com isso, a navegação vai fluir melhor" acredita. Já na rede de acesso a Telefônica investiu para expandir a cobertura nos 140 municípios onde atua. "Os problemas aconteceram porque a migração precisou de muitas intervenções", justificou.
A compra do modem vai sair por 149 reais para novos assinantes (em 3, 6, 9 ou 12 parcelas) dos pacotes de 300 e de 450 Kbps do Speedy Home ou do pacote de 450 Kbps do Speedy Business, e por 48 reais, divididos em três vezes, para os atuais usuários que migrarem para os novos planos. Para assinantes novos do Speedy Home de 600 Kbps ou do Speedy Business de 600 Kbps e de 2 MB, o aparelho sai de graça.
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