Safra recorde e exportações ajudam estados a driblar retração industrial

 

Economia - 18/09/2003 - 09:30:09

 

Safra recorde e exportações ajudam estados a driblar retração industrial

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Ainda à espera das condições macroeconômicas necessárias para a retomada do “espetáculo do crescimento”, a produção industrial, nos últimos meses, caiu na grande maioria das regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Paraná e Espírito Santo, porém, mostraram que, pelo menos nesse quesito, estão conseguindo driblar a crise. Na semana passada, o IBGE divulgou os números referentes à comparação entre julho e o mesmo mês do ano passado, além dos indicadores acumulados para o período entre janeiro e julho deste ano em referência a 2002. As indústrias com produção voltada, de maneira geral, para o consumo interno foram as que mais sofreram. Os resultados foram inferiores à média nacional, uma queda de 2,5%. Em especial, a região Nordeste registrou retração de 6,8%. O destaque no crescimento ficou com o Espírito Santo (12,5%), que mantém a liderança da expansão regional apoiado no seu perfil exportador e no aumento da produção de petróleo. No ano, a expansão acumulada chega a 18%. A indústria capixaba exporta nada menos que 50% do que produz. As indústrias do Paraná (5,8%) vêm sendo influenciadas pelos fatores exportação e agroindústria - o resultado se estende ao Rio Grande do Sul (2,3%), mas não a Santa Catarina (queda de 4,6%). Safra recorde De acordo com o responsável pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná, Roberto Peredo Zurcher, a safra recorde determinou o bom desempenho principalmente no setor de mecânica. A colheita chegou a 24,5 milhões de toneladas este ano, com um aumento de 20,1% em relação ao ano passado. Produziu-se e vendeu-se no mês de maio um total de 31,4% a mais de máquinas e equipamentos para o setor agrícola nacional e internacional. A China está entre os compradores de motores para veículos, passando de décimo quinto para segundo parceiro comercial do Paraná em 2003. Além disso, segundo Zurcher, o Paraná, após quatro anos de retração, recuperou o mercado de compensados e outros derivados da madeira, devido a significativos investimentos no setor. O estado é um dos maiores produtores nacionais de placas de madeira. Atende o consumo interno e exporta para Alemanha, Itália, Espanha e Arábia Saudita. Também o setor alimentar, considerado de maior peso relativo da produção industrial do Paraná, após um período de queda, voltou a mostrar índices positivos devido à boa colheita. O setor de material elétrico e comunicações sofreu retração no ano passado, atribuída pela FIEP ao fim dos grandes investimentos em telefonia. O setor cresceu quase 30% este ano, depois passou por um período de estagnação e agora volta a ganhar mercado. O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de álcool, respondendo por 8,4% da produção nacional de 13 bilhões de litros. No ítem química, o estado se beneficia com o aumento da produção de álcool nesta safra, perto de 1,1 bilhão de litros, volume 12,19% acima do registrado na safra anterior. Empregos O bom desempenho da produção industrial ocasionou um crescimento de 4,3% na geração de empregos no setor em maio, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o melhor resultado do país, segundo o IBGE. O levantamento aponta que a média nacional ficou em -0,6%. O nível de emprego vem mostrando crescimento consecutivo por cinco meses, acumulando neste período ( janeiro a maio de 2003 sobre igual período de 2002) aumento de 7,96% no nível de pessoal empregado total. O Paraná, responsável por 17,10% do superávit brasileiro, fechou o primeiro semestre do ano com um superávit na balança comercial de US$ 1,777 bilhão, resultado 427% maior que no mesmo período de 2002, quando o saldo ficou em US$ 336 milhões. É o segundo maior de todos os estados brasileiros. Em primeiro, Minas Gerais, US$ 2.291,0 milhões. Para chegar a esse resultado, o Paraná exportou US$ 3,335 bilhões de janeiro a junho deste ano contra importações que atingiram US$ 1,577 bilhão. O superávit desse primeiro semestre, de acordo com o coordenador geral do Centro Internacional de Negócios do Paraná, Osvaldo Pimentel, estabelece um novo recorde histórico para os primeiros seis meses do ano, 31,37% acima do recorde anterior US$ 1.352,9 milhões - primeiro semestre de 1994. O produto paranaense que mais ganhou mercado internacional foi a soja. As exportações do complexo soja corresponderam a 37% do total do valor das vendas externas do Paraná no primeiro semestre do ano, chegando a US$ 1,23 bilhão. O preço do produto, que passou de US$ 5,20 para US$ 6,00 o bushel, e o aumento de 12% da produção, com safra recorde de 10,5 milhões de toneladas, contribuíram para o aumento no valor total das exportações. A soja foi seguida pelos motores, automóveis, milho, frango, açúcar e veículos a diesel. Quanto aos blocos econômicos de destino, houve um crescimento dos valores exportados no semestre para todas as regiões importantes do mundo. As exportações para os dois maiores parceiros comerciais do Paraná, União Européia e Estados Unidos, comparativamente ao primeiro semestre do ano passado, cresceram 58,33% e 7,94% respectivamente. Um dos destaques do semestre foram as exportações para a Ásia, que aumentaram 204,14%, em razão, principalmente, das vendas para a China, que cresceram 945,13%, passando de US$ 41,3 milhões para US$ 431,4 milhões em 2003. Outro fator positivo foi o crescimento de 83,75% das vendas para o Mercosul, especialmente Argentina, com crescimento de 168,46%.

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