Um suicida explodiu um carro-bomba no estacionamento do quartel-general da ONU em Bagdá na segunda-feira, matando um segurança e ferindo outras 17 pessoas, um mês após um caminhão-bomba ter destruído parte do prédio.
O atentado ocorreu na véspera da Assembléia Geral das Nações Unidas em Nova York, que terá participação de uma delegação iraquiana. Um dos representantes, porém, Akila al-Hashemi, que é membro do Conselho de Governo, foi gravemente ferido em uma tentativa de assassinato no sábado.
"Isso foi um ataque suicida", disse à Reuters o capitão Sean Kirlye, que estava no local. Ele disse que a explosão aconteceu por volta das 8h10 (1h10 de Brasília), a 250 metros do prédio na ONU onde morreram 22 pessoas no mês passado, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enviado especial das Nações Unidas ao Iraque.
Kirley disse que o suicida foi até o estacionamento do QG da ONU e foi parado por um guarda iraquiano antes de chegar ao principal posto de controle do local.
"O motorista e o guarda começaram a conversar e a bomba foi detonada de dentro do veículo", afirmou Kirley. "Os danos aos outros carros foram catastróficos."
"Ele queria entrar na central da ONU e mudou seu objetivo" por causa da segurança ao redor do prédio, disse o capitão.
PÂNICO
Hanan Tahir, nutricionista que trabalha para o Programa Mundial de Alimentação, disse que o ataque provocou pânico na equipe.
"Eles estavam gritando, berrando", disse ela. "Eles choravam e corriam."
Aqeel Abd Ali, guarda do prédio, disse que o torso e a cabeça do suicida foram encontrados e sua face ainda podia ser reconhecida. A polícia está tentando identificá-lo.
Um porta-voz da ONU disse que 17 pessoas ficaram feridas -- dois funcionários da ONU e guardas do prédio, todos iraquianos.
A explosão pôde ser ouvida em toda Bagdá e destruiu 10 outros veículos.
"Esse incidente de hoje ressalta mais uma vez que o Iraque continua sendo uma zona de guerra e um ambiente de alto risco, especialmente para aqueles que trabalham a fim de melhorar a vida do povo iraquiano", disse em comunicado Kevin Kennedy, principal autoridade da ONU em Bagdá.
No fim de semana, guerrilheiros mataram três soldados dos EUA. A violência está colocando o presidente George W. Bush sob pressão doméstica. Ele busca uma nova resolução da ONU que crie uma força multinacional para vigiar o Iraque, mas a França e a Alemanha querem que o poder seja passado para iraquianos.
Washington acredita que isso levaria ao caos.
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