O Irã exibiu na segunda-feira seis de seus novos mísseis de médio alcance, os quais, segundo analistas militares, teriam capacidade de atingir Israel ou bases dos Estados Unidos no golfo Pérsico.
Esta foi a maior quantidade de mísseis balísticos Shahab-3 mostrada em público desde que o Irã anunciou, em julho, que havia terminado os testes com estas armas, operadas pela Guarda Revolucionária.
O Irã nega que esteja tentando obter armas nucleares ou que tenha qualquer intenção agressiva. O país afirma que o objetivo do Shahab-3 é somente servir como agente de dissuasão aos inimigos da República Islâmica.
O Shahab-3 é a baseado no Nodong-1, da Coréia do Norte, e modificado com tecnologia russa. O míssil tem alcance de 1.300 quilômetros, de acordo com especialistas.
Mas o locutor do desfile militar realizado no sudoeste de Teerã -- com participação de autoridades políticas e militares de alto escalão -- disse que o míssil teria alcance de 1.700 quilômetros.
Não foi possível verificar de imediato se o locutor estava enganado ou se míssil foi modificado para aumentar o alcance.
Os mísseis foram exibidos em frente a autoridades, como o presidente Mohammad Khatami, além da mídia local e estrangeira. O evento marcava o aniversário do início da guerra Irã-Iraque (1980-1988).
O Irã não declara quantos Shahab-3 fabricou. Analistas militares dizem que ainda há dúvidas sobre sua confiabilidade e precisão.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deu um prazo até o final de outubro para o Irã esclarecer sua política nuclear.
O governo iraniano culpa Israel e os Estados Unidos por criarem dúvidas sobres suas ambições nucleares e afirma que não tem intenção de seguir o exemplo da Coréia do Norte, que abandonou o Tratado de Não-Proliferação nuclear.
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