Perda de clientes leva telefonia fixa a negociar metas de 2005

 

Economia - 25/09/2003 - 23:41:19

 

Perda de clientes leva telefonia fixa a negociar metas de 2005

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Prevendo que terão que fazer novos, e provavelmente pesados, investimentos para cumprir metas de universalização na telefonia fixa até 2005, as concessionárias alertam que este ano pode ser o primeiro de perda líquida de clientes. Dados do órgão que regula o setor, Anatel, ainda mostram, no entanto, sinais de crescimento. "Estamos em recessão", afirmou o presidente da Abrafix, associação das operadoras de telefonia fixa, Carlos de Paiva Lopes, que previu perda de 300 mil a 400 mil linhas em serviço este ano. Mas a agência reguladora contabilizou em agosto 39,166 milhões de linhas em serviço, sendo que em 2002 o mercado brasileiro tinha 38,811 milhões. De fato, a Telemar e a Telefônica de São Paulo têm registrado perdas. A maior operadora do país, que atende 16 Estados, fechou agosto com 14,969 milhões de linhas em serviço, segundo o diretor de projetos empresariais e obrigações contratuais, Edson Paulucci. Em dezembro, a empresa tinha 15,1 milhões de linhas em serviço. Nos primeiro oito meses do ano, a Telemar desligou mais telefones do que instalou. O principal problema é a inadimplência. Foram instaladas 1,867 milhão de linhas e desligadas 2,049 milhões no período, o que aconteceu pela primeira vez. "A tendência é continuar essa inversão, mas se agravando porque se atinge cada vez mais camadas mais baixas da população", comentou o executivo. Na Telefônica, que atua no Estado de São Paulo, as perdas foram de 104 mil linhas em serviço no primeiro semestre do ano, último número disponível. O diretor-geral da empresa, Manoel Amorim, admitiu na semana passada que o crescimento, se houver, será apenas "vegetativo". A empresa encerrou 2002 com 12,5 milhões de clientes. Por outro lado, a Brasil Telecom conseguiu aumentar o número de linhas em serviço, adotando uma política mais flexível com relação à inadimplência com o objetivo de recuperar o cliente para a base. Em junho, a operadora tinha 9,741 milhões de linhas em serviço, 276 mil a mais do que havia encerrado 2002. Segundo o presidente da Abrafix, o crescimento econômico sustentado pode reaquecer o setor, assim como a redução dos impostos. "Precisa haver crescimento de 2 a 3 por cento do PIB por 3 ou 4 anos", disse a jornalistas, após ter participado de evento organizado pelo Jornalistas&Cia nesta quarta-feira. O vice-presidente adjunto de Assuntos Regulatórios da Telefônica, Jonas de Oliveira Junior, apresentou estudo que mostra 72 por cento dos clientes de telefonia fixa no Brasil com conta média líquida de impostos inferior ao custo econômico do serviço. Essa conta média é um pouco inferior a 50 reais. MOMENTO DE REFLEXÃO Para as concessionárias de telefonia fixa, o momento é de elaborar os projetos de atendimento das metas de universalização previstas para dezembro de 2005, depois de terem renovado este ano os seus contratos. Entre as metas exigidas pela Anatel estão o atendimento com linhas individuais de cidades com 300 habitantes ou mais e o atendimento do pedido em apenas uma semana. As metas atuais são de cidades de 600 habitantes e duas semanas de prazo. As operadoras argumentam que, diante do cenário de retração do mercado, seria um desperdício investir em metas tão abrangentes. A Telemar justificou que há 1.050 cidades na sua área que têm apenas até 10 assinantes. Para cumprir as metas, as empresas terão que fazer decisões de investimentos em meados de 2004, porque os projetos demoram de 12 a 18 meses para ser concluídos. Elas apresentam como alternativas, por exemplo, deixar de cobrar a tarifa local em pequenas cidades e aumentar o número de telefones públicos ao invés de instalar centrais para atendimento individual.

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