As projeções de inflação para os próximos 12 meses e para 2004 abaixo da meta, as expectativas de mercado e o comportamento favorável do câmbio e do setor externo permitiram que o Banco Central seguisse reduzindo a taxa básica de juros em setembro.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, divulgada nesta quinta-feira, mostrou as preocupações do banco em manter uma política gradualista na condução da política monetária. Este mês, o BC cortou os juros básicos em dois pontos percentuais para 20 por cento ao ano.
Na ata, o Copom afirmou que avalia permanentemente os riscos envolvidos nas projeções para a trajetória da inflação, destacando que as dúvidas em relação ao aumento do grau da inércia inflacionária têm caído.
Mas levantou preocupações quanto a "riscos associados às incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária, particularmente no tocante às defasagens e magnitudes do impacto de alterações da taxa Selic sobre a inflação."
O comitê frisou que deve calibrar os juros de forma a garantir que as expectativas de inflação permaneçam consistentes com a meta.
O Copom acredita que a economia brasileira, que entrou em recessão no primeiro semestre, vai recuperar-se na segunda metade do ano. A ata destacou ainda que a manutenção da política monetária e fiscal e a aprovação das reformas em curso no Congresso deverão trazer impactos positivos para o crescimento do produto interno bruto potencial da economia.
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