Israel retirou no domingo suas tropas de um campo de refugiados da Faixa de Gaza, após uma busca por túneis usados para o contrabando de armas.
A operação foi realizada com apoio de tanques e escavadeiras e deixou oito palestinos mortos, sendo três militantes e cinco civis, e mais de 1.000 desabrigados.
Assessores do presidente palestino, Yasser Arafat, disseram que ele está totalmente recuperado. Ele reuniu-se com sua facção, a Fatah, e confirmou o acordo para a formação de um gabinete de emergência por 30 dias sem um ministro do Interior.
Arafat parecia fraco durante semana, provocando especulações sobre seu estado de saúde.
Assim, o primeiro-ministro indicado por Arafat, Ahmed Qurie, parece ter deixado de lado sua ameaça de renúncia -- provocada devido à rejeição de Arafat ao nome de Nasser Youssef para o ministério do Interior.
O ministro do Interior será responsável por medidas para reprimir grupos militantes contrários ao plano de paz patrocinado pelos Estados Unidos.
Youssef quer mais poder do que Arafat está disposto a conceder.
"Decidimos esta posição por causa do massacre militar israelense em Rafah. O resultado é que Qurie é o primeiro-ministro em um gabinete trabalhando sob condições de emergência", disse o ministro do Exterior, Nabil Shaath.
Fontes militares israelenses disseram que o Exército retirou 80 por cento de suas forças que entraram em Rafah na quinta-feira, mas que o restante continua procurando túneis usados por grupos palestinos para contrabandear armas a partir do Egito.
Moradores dizem que forças de Israel desligaram os geradores que forneciam eletricidade para o campo e que o local ficou sem luz, água e telefone durante 48 horas.
Peter Hansen, chefe da agência da ONU que atua em campo de refugiados palestinos, disse à Reuters que "entre 1.000 e 2.000 pessoas ficaram sem nada".
Moradores acusam Israel de destruição indiscriminada como medida punitiva coletiva. "Desafio Israel a provar que encontrou túneis na nossa área. Eles vieram para destruir nossa vida", disse Issa Fusafis, 34, pai de oito crianças.
Um porta-voz do Exército disse que foram encontrados três túneis sob casas civis e que foram destruídas cinco estruturas usadas para esconder túneis, ou como ponto de ataques a soldados.
Ele disse que outras casas podem ter sido destruídas por ondas de choque, devido à proximidade das demolições, ou por granadas e foguetes disparados por militantes.
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