Ou avança ou perece

 

Opinião - 10/10/2003 - 11:32:48

 

Ou avança ou perece

ESPECIAL

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O Brasil precisa nas próximas duas décadas alcançar o nível social da Espanha e o nível econômico-tecnológico da Itália; se não conseguir se desfigura como nação

O Brasil precisa nas próximas duas décadas alcançar o nível social da Espanha e o nível econômico-tecnológico da Itália; se não conseguir se desfigura como nação

O sr. Hélio Jaguaribe é muito mais que um cientista político de prestígio internacional. É um dos pensadores mais argutos e brilhantes desta constelação cada vez mais escassa, sobretudo no Brasil de nossos dias. É um social democrata que acredita que nas atuais condições históricas, o sistema mais adequado para vários países, inclusive o Brasil, seria aquele que combinasse as inegáveis e testadas vantagens do capitalismo com parte do ideário socialista. A vigência da chamada economia social de mercado. O mercado pode produzir mais e melhor que qualquer outra instituição ou instância, mas também é inegável que provoca desvios e assimetrias que podem e devem ser corrigidas politicamente pela sociedade através do Estado. Obsessivo leitor de Max Weber, Hélio Jaguaribe sabe que a modernidade tem duas faces, como Janus. Por isso Weber falava da modernidade como uma gaiola dura como aço que aprisiona o homem por imperativos funcionais, dos quais é quase impossível escapar. No campo da política é a burocracia; economicamente, é o capitalismo. Mas existe outra modernidade, aquela que dispõe de um estoque de tecnologia e conhecimentos, estoque capaz de viabilizar a reconciliação do homem consigo próprio e sua emancipação de seculares servidões. A modernidade traz uma promessa de felicidade, uma utopia é verdade, mas sem a qual a vida humana perde o sentido.  A entrevista que o sr. Hélio Jaguaribe concedeu a uma emissora de televisão, deve ser avaliada como extraordinariamente lúcida e oportuna. Disse que a presente problemática brasileira reduz-se em sua essência e substantivamente ao seguinte ponto: o país precisa no curso das duas próximas décadas superar estavelmente seu renitente subdesenvolvimento e alcançar pelo menos um nível social não inferior ao da Espanha e um nível econômico-tecnológico não inferior ao da Itália. O não atingimento destes patamares nos próximos 20 anos vai significar que o Brasil não se sustentaria como nação, adverte o professor Jaguaribe. Um projeto desta envergadura, fundamental para o ingresso da nação brasileira no circuito do mundo civilizado, está, portanto, limitado por prazos dramaticamente exíguos. Mesmo com doses paquidérmicas de otimismo ninguém seria capaz de identificar na conjuntura político-econômica brasileira um momento animador para a deflagração deste processo de modernização e desenvolvimento. A nação parece ter perdido a força para romper o impasse imobilizador em que ela se encontra engessada.

O Brasil precisa nas próximas duas décadas alcançar o nível social da Espanha e o nível econômico-tecnológico da Itália; se não conseguir se desfigura como nação

O Brasil precisa nas próximas duas décadas alcançar o nível social da Espanha e o nível econômico-tecnológico da Itália; se não conseguir se desfigura como nação

O Brasil precisa nas próximas duas décadas alcançar o nível social da Espanha e o nível econômico-tecnológico da Itália; se não conseguir se desfigura como nação

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