Ao comemorar o Dia do Professor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu ontem que o Governo ainda tem uma dívida grande com a educação no Brasil e que os salários dos profissionais são baixos. Rodeado por dezenas de professoras de vários Estados, ele disse que muitas vezes obter o reconhecimento é mais importante que o próprio salário. O presidente admitiu que seu Governo ainda não fez 10% do que sonhou fazer e garantiu que não fará promessas que não possam ser cumpridas. “Sabemos que, no Brasil, o salário dos professores é baixo. Sabemos que, no Brasil, muitas de vocês dão aulas em condições totalmente precárias”, disse, sendo aplaudido e assegurando que o Governo sabe o que fazer para arrumar a educação. Segundo o presidente, 99% das reivindicações da Confederação Nacional da Educação foram incluídas no seu programa de Governo. Ressaltou, porém, que não pode fazer promessas impossíveis. “Sabe por que temos que cumprir com os compromissos? Porque o mandato é muito passageiro, é só de quatro anos, e vocês continuam muitas vezes trabalhando mais 30, 40 anos dentro de uma sala de aula. Quero terminar meu mandato e poder olhar na cara de um professor, de uma professora e dizer: Dei minha pequena contribuição para melhorar a educação nesse País”, declarou.
MINISTRO – Lula aproveitou para fazer elogio público ao ministro da Educação, Cristovam Buarque, que chegou a ser cogitado para ser substituído numa reforma ministerial. Cristovam foi muito aplaudido pelas professoras e professores. “Não podemos deixar que volte a inflação. Ninguém está satisfeito com o salário e com as verbas que estão por aí. Mas há limitações. Se eu disser que preciso de mais dinheiro, dirão que estou reclamando. Se disser que estou satisfeito, seria uma raridade no Brasil”, disse Cristovam.
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