O governo da Índia assinalou que deseja conversar pela primeira vez com o principal grupo separatista da Caxemira, em sinal de novo esforço por um final pacífico a anos de conflito na região do Himalaia.
Mas a data do encontro do vice primeiro-ministro, Lal Krishna Advani, com a Conferência Hurriyat (Liberdade) -- que busca um plebiscito para consultar os moradores locais sobre seu futuro -- ainda não foi marcada, disse na quarta-feira o Secretário do Interior indiano, N. Gopalaswamy.
Nova Délhi afirma que a Caxemira é parte integral do país e nunca negociou diretamente com o Hurriyat, grupo que abriga mais de 20 organizações políticas, religiosas e comunitárias.
O presidente do Hurriyat, Moulvi Abbas Ansari, favorável a negociações com Nova Délhi, disse que o conselho executivo da organização se reunirá em breve para avaliar a oferta indiana.
"Vamos ver o que é a oferta. O conselho executivo sentará e decidirá", declarou ele à Reuters.
O Hurriyat dividiu-se formalmente no mês passado e um uma das facções é radicalmente contra as negociações com a Índia.
Um dos principais políticos da Caxemira disse que as negociações entre Nova Délhi e o Hurriyat podem ser um passo adiante.
"Indica uma amenização das posições de ambos os lados", avaliou Omar Abdullah, presidente da Conferência Nacional, que governou a Caxemira durante décadas e perdeu as eleições do ano passado.
Mas o anúncio das conversações aconteceu no momento em que supostos militantes islâmicos detonaram uma bomba dentro de um tribunal no sul do Estado de Jammu e Caxemira, matando um policial e ferindo diversas pessoas.
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