A polícia de Israel interrogou na quinta-feira pela primeira o primeiro-ministro do país, Ariel Sharon, sobre dois escândalos de financiamento político que podem desgastar seu amplo apoio entre os israelenses.
A investigação concentra-se na legalidade do empréstimo de 1,5 milhão de dólares feito a Sharon e seus dois filhos por um amigo sul-africano. O dinheiro foi usado na campanha do primeiro-ministro para liderar o partido Likud em 1999.
Outro escândalo envolve o que a polícia afirma ser uma tentativa de um empresário ligado ao Likud de comprar uma ilha grega com ajuda de Sharon, quando ele era ministro das Relações Exteriores de Israel. Em troca, o empresário teria contratado Gilad, filho de Sharon, e doado dinheiro para a campanha política do atual primeiro-ministro.
Sharon nega irregularidades e prometeu cooperar com a investigação. Ele foi interrogado em sua residência oficial em Jerusalém, disseram fontes policiais.
Comentaristas políticos dizem que a imagem de Sharon foi abalada, mas que ele não enfrenta risco iminente de ser forçado a deixar o cargo, pois ainda tem forte apoio público pela maneira como enfrenta o levante palestino de três anos.
Mas uma recente pesquisa de opinião mostrou que a maioria dos israelenses gostaria que Sharon renunciasse caso sejam encontradas provas de irregularidades.
O caso ganhou importância porque Gilad Sharon recusou-se a responder perguntas da polícia e a entregar documentos, citando seu direito de manter o silêncio para evitar auto-incriminação.
A polícia vem investigando os dois casos há meses e já questionou o outro filho de Sharon, Omri, que é deputado pelo Likud.
Os antecessores de Sharon, Benjamin Netanyahu e Ehud Barak, também foram investigados por alegações de corrupção, mas não sofreram acusações criminais.
(Por Jeffrey Heller)
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