A proposta da Varig e da TAM para o fim do compartilhamento de vôos (code sharing), iniciado em março de 2003, pede um prazo de três a cinco meses para o fim da parceria.
O documento com a proposta das empresas foi entregue nesta terça-feira no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o órgão, o conselheiro Luiz Carlos Prado só falará com a imprensa após analisar a proposta.
De acordo com o vice-presidente comercial e de planejamento da Varig, Alberto Fajerman, o melhor seria continuar o compartilhamento de vôos, que garantiu bons resultados operacionais às duas empresas ao longo do ano passado. Para ele, o fim da parceria não será, no entanto, nenhuma tragédia.
"O mercado está bem melhor do que quando fizemos o acordo, que no entendimento do Cade era uma preparação para fusão (das duas companhias). Como não teve a fusão, não podemos continuar", afirmou.
Ele lembrou que, em 2003, o transporte de passageiros teve queda de 11%, enquanto em 2004 experimentou uma elevação de 12%, taxa que pode ser repetida este ano.
"Vamos refazer nossa malha e continuar nossa vida normalmente, nenhuma das duas empresas terá problema com o fim do compartilhamento", declarou.
A expectativa de Fajerman é de que no dia 23, quando se reúnem os conselheiros do Cade, o órgão bata o martelo sobre o fim da parceria, aceitando ou não a proposta das empresas.
Em março, as duas companhias já anunciaram que vão cancelar o code share para Buenos Aires, única rota internacional que compartilhavam, e para onde a concorrente Gol passou a operar no final de 2004.
A Varig passa por uma grave crise financeira, apesar de registrar lucro operacional desde o ano passado e manter a vice -liderança do mercado. A empresa carrega uma dívida de cerca de 7 bilhões de reais, a maior parte com o governo brasileiro, que estuda há anos como ajudar a companhia.
Já a TAM, hoje líder consolidada no mercado doméstico, anunciou na segunda-feira o maior lucro da sua história em 2004, creditado em boa parte ao compartilhamento de vôos com a rival.
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