Para aumentar as chances de as obras de recuperação das rodovias brasileiras serem executadas com a máxima qualidade, o Ministério dos Transportes desenvolverá, em parte das estradas que apresentam problemas, os programas Contratação de Restauração e Manutenção de Rodovias Federais (Crema) e outro chamado Creminha, dentro das ações dos Programa de Manutenção e de Recuperação das Rodovias Federais.
Em entrevista o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, explicou que o Crema e o Creminha são interessantes porque as empresas contratadas ficarão responsáveis pelas estradas durante cinco anos e dois anos, respectivamente. “Dessa forma, há uma garantia maior de que a técnica e o material a serem utilizados são melhores, exatamente porque ela deixa de ser sócia do buraco e passa a ser responsável pelo surgimento de qualquer buraco”, observou.
Adauto informou que, como esses dois programas custam caro, não há como executar todo o Programa de Manutenção e de Recuperação das Rodovias Federais sob esse espírito. Neste ano, serão investidos R$ 700 milhões em obras em 60 mil quilômetros de rodovias federais. Adauto informou que o Ministério criará grupos de auditoria itinerantes para fiscalizar, em visitas-relâmpago, os canteiros de obras de manutenção e de recuperação da malha viária brasileira.
Segundo o ministro, inicialmente, serão criadas pelo menos 400 frentes de trabalho nas rodovias do país. Ao lado de técnicos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), que é o braço operacional do Ministério, os Batalhões de Engenharia e de Construção do Exército também vão atuar na fiscalização.
Segundo Adauto, seriam necessários R$ 4 bilhões para a recuperação da malha viária brasileira, uma vez que pelo menos metade das rodovias se encontra em condições entre regular e ruim. O ministro afirmou que os recursos ainda não são suficientes para solucionar todos os problemas, mas representam um montante razoável, que supera o valor investido pelo governo passado na manutenção e na recuperação de estradas.
Adauto garantiu que vai trabalhar para que, no ano que vem, os recursos destinados à manutenção e à recuperação de rodovias sejam duplicados. “Eu acredito muito no Governo Lula, com relação à consciência que existe por parte do próprio presidente e da equipe econômica sobre a necessidade premente não apenas de fazer investimentos para cuidar das estradas, mas também para fazer as novas que precisam ser feitas”, observou o ministro, acrescentando que é preciso investir ainda em hidrovias e ferrovias. Ele destacou a necessidade de se utilizar os recursos da Contribuição sobre Internvenção de Domínio Econômico (Cide) para os investimentos em infra-estrutura. No fim do ano passado, o então presidente Fernando Henrique Cardoso vetou essa destinação, mas Adauto acredita que uma negociação entre o Congresso Nacional e o governo poderá reverter o quadro. “Percebo um interesse muito grande da maioria absoluta dos parlamentares, que estão em suas bases, viajam de uma cidade para outra e, em todo o Brasil, existem trechos de estradas extremamente ruins, que estão causando acidentes, matando gente, dando prejuízos. Então, o Congresso tem sensibilidade para perceber a necessidade de fazer investimentos em infra-estrutura”, afirmou.
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