Após discussões acaloradas, posições firmes da oposição e adiamentos, integrantes da CPI dos Correios finalmente escolheram os membros da mesa diretora da comissão. Na disputa, o governo conseguiu uma vitória apertada. Com 17 votos, os aliados elegeram o senador Delcídio Amaral (PT-MS) para a presidência da CPI. O candidato da oposição, senador César Borges (PFL-BA), obteve 15 votos. O relator será o deputado peemedebista Osmar Serraglio (RS).
O líder tucano, senador Arthur Virgílio (AM), cumprimentou a base aliada ironizando o placar, uma vez que os governistas somam 19 votos. Portanto, disse o tucano, há dois "traidores" na base aliada. Já o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), preferiu falar da disposição dos aliados para investigar as denúncias de corrupção nos Correios. "A tranqüilidade do governo não advém porque somos maioria. Não é uma questão matemática, aritmética", disse o petista.
Logo após a escolha de Delcídio e Serraglio, o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que o fato de o governo ocupar a presidência e a relatoria da CPI demonstra uma tentativa de "operação abafa". Os integrantes da CPI vão definir seu roteiro de trabalho apenas na próxima semana. Mas já há consenso de que o primeiro depoente será o ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, que aparece em vídeo recebendo dinheiro de dois supostos fornecedores da estatal.
|