Finalmente Lula admite crise e prepara reforma no governo

 

Politica - 16/06/2005 - 11:54:39

 

Finalmente Lula admite crise e prepara reforma no governo

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Reunido com 16 ministros nesta quarta-feira, um dia após o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao Conselho de Ética da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que, face à atual crise política, fará nos próximos dias (talvez ainda nesta semana) amplas mudanças em sua equipe. As medidas devem incluir uma reforma ministerial ampla, com a saída de José Dirceu da Casa Civil, e até redução em número de secretarias e cargos de confiança na administração federal. No encontro, que se deu pouco depois da cerimônia de assinatura da "MP do Bem", Lula admitiu que as acusações de Jefferson sobre um suposto esquema de pagamento de "mesadas" a parlamentares, coordenado pelo PT, causou sérios danos à sua imagem e à do próprio governo. O presidente antecipou que já prepara providências em resposta às denúncias e deverá fazer em breve um pronunciamento na TV, na tentativa de reverter o quadro de instabilidade. Lula afirmou que o momento é "grave" e disse que os ataques de Jefferson pretendem desestabilizar o governo e enfraquecer a autoridade do presidente, a fim de diminuir as chances de reeleição em 2006 ou até conseguir um "golpe branco", ou seja, levar Lula a um eventual impeachment. Houve um certo consenso de que o parlamentar atacou Dirceu - o qual acusou de ser um dos coordenadores do "mensalão" - e isentou Lula para sugerir que o chefe de Estado é omisso ou desinformado do que ocorre no Planalto. Quanto à situação de Dirceu, Lula e o próprio ministro avaliam a possibilidade de ele retomar seu cargo de deputado federal para defender a si próprio e a administração federal no Congresso, porém muitos presentes à reunião são contrários à idéia, defendendo que Dirceu sofreria desgastes ainda maiores no atual momento. A futura reforma ministerial pode incluir mais pastas para o PMDB e um cargo de primeiro escalão para o PP, que foi citado por Jefferson, junto com o PL, como beneficiário do "mensalão" governamental em troca de apoio político. Participaram do encontro os ministros Paulo Bernardo, Luiz Fernando Furlan, José Dirceu, Jaques Wagner, Jorge Armando Felix, Celso Amorim, Roberto Rodrigues, Miguel Rossetto, Aldo Rebelo, Waldir Pires, Antonio Palocci, Márcio Thomaz Bastos, Ricardo Berzoini, Luiz Dulci, Dilma Rousseff e Eduardo Campos, bem como o vice-presidente José Alencar e o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto.

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