“Escândalo do mensalão” não afeta popularidade de Lula entre brasileiros

 

Politica - 17/06/2005 - 11:17:10

 

“Escândalo do mensalão” não afeta popularidade de Lula entre brasileiros

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Intenção de voto no petista sofre ligeira queda

Intenção de voto no petista sofre ligeira queda

Apesar das denúncias de que haveria um esquema de pagamento a parlamentares pelo governo federal em troca de apoio político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda mantém seu prestígio junto ao eleitorado, que o reelegeria em segundo turno se o pleito fosse hoje, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Datafolha. Segundo o levantamento, feito na quinta-feira, dois dias após o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Lula derrotaria os seis adversários relacionados pelo instituto, sendo cinco deles com mais de 50% dos votos. A vitória mais apertada seria contra o atual prefeito de São Paulo e candidato derrotado por Lula nas últimas eleições presidenciais, José Serra (PSDB). Na simulação, o petista ganharia por 46% contra 40%. Para diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a pesquisa revela que o impacto das declarações de Jefferson foi praticamente nulo até agora, porém ele salienta que há uma tendência de queda da vantagem eleitoral do líder petista sobre os eventuais concorrentes. Em pelo menos três dos quatro cenários, haveria segundo turno. O termômetro é o PSDB: com Serra candidato, os adversários relacionados somariam 46% dos votos contra 33% de Lula. A diferença cai quando o tucano é Fernando Henrique Cardoso: 39% contra 35% do atual presidente da República. No caso de Alckmin ser o candidato tucano, o embate seria de 40% contra 36% do petista. A chance de vitória de Lula no primeiro turno se daria na hipótese de o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ser o concorrente do PSDB: Lula contabilizaria 38% dos votos contra 36% de todos os outros candidatos. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Somente nesse cenário o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, chegaria em segundo lugar, com 13% - 3% à frente de Aécio. No segundo turno, Lula ganharia de Fernando Henrique por 53% a 29%, de Alckmin por 54% a 28%, de Garotinho por 54% a 24% e de Cesar Maia (prefeito do Rio) por 57% a 21%. Diante de Aécio, a vitória seria pelos mesmos 57% contra 23%. Serra levaria a melhor sobre Lula nas regiões Sul (48% a 37%) e Norte/Centro-Oeste (49% a 40%). No Sudeste, a vantagem teórica é de Lula (43% contra 40%, empate técnico), e, no Nordeste, a vitória petista seria a mais ampla (58% a 30%). A pesquisa ouviu 2.124 eleitores acima dos 16 anos, em 134 cidades de todos os Estados, com margem de erro máxima de dois pontos percentuais, apresentando nível de confiança de aproximadamente 95%. Avaliação do governo Os estragos feitos por Jefferson, de acordo com o Datafolha, também não chegaram a afetar a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho da administração federal. Para 36% dos eleitores pesquisados, o governo de Lula é bom ou ótimo, enquanto a taxa no último levantamento era de 35%, há 15 dias atrás, quando já pipocavam as primeiras denúncias de corrupção nos Correios. Já 44% dos entevistados acreditam que a administração federal é regular (45% diziam o mesmo na pesquisa anterior). O percentual daqueles que consideram o governo Lula ruim ou péssimo também praticamente não sofreu alterações: 19% contra 18% do levantamento de duas semanas atrás. Na avaliação de Mauro Paulino, diretor do Datafolha, os números demonstram que a fala de Jefferson ao Congresso da última terça-feira não causou danos à imagem do presidente da República, mas esta já estava arranhada pelo escândalo dos Correios, de acordo com a pesquisa do início do mês. Em dezembro do ano passado, 45% dos brasileiros ouvidos pelo instituto diziam que a administração petista era boa ou ótima, frente os 36% da pesquisa de quinta-feira. A nota média do governo caiu de 6,2 para 6,1, enquanto que em abril de 2003 era de 6,8. Para 49% das pessoas pesquisadas, o desempenho pessoal do presidente é ótimo ou bom, enquanto essa porcentagem era de 60% em março do ano passado - o que comprovaria o desgaste de Lula nos últimos 15 meses. Corrupção Para 70% dos entrevistados, há corrupção na administração federal, contra 65% registrados no início de junho. Em março do ano passado, 32% acreditavam na existência de irregularidades, contra os 42% que diziam o contrário - 26% não souberam dizer. Em março de 2001, ainda durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, 71% diziam que havia corrupção no governo, sendo que o percentual caiu para 69% um ano e dois meses mais tarde. De acordo com a pesquisa, 56% dos eleitores acreditam que o PT pagava mesada a parlamentares, contra 18% que descartam a existência da prática no Congresso (26% não emitiram opinião). Entre simaptizantes do partido, 48% crêem que o "mensalão" existia, o que sugeriria que não consideram o procedimento tão grave. Congresso O escândalo do "mensalão" afetou diretamente a imagem do Congresso, na opinião de 42% das pessoas entrevistadas, as quais consideram a atuação dos parlamentares ruim ou péssima (há 15 dias, o percentual era de 36%). É a pior avaliação dentre as pesquisas realizadas pelo Datafolha na atual legislatura. O levantamento indica que 38% consideraram o desempenho regular (antes o índice era de 42%). A porcentagem de eleitores que dão a atuação como boa ou ótima se manteve em 15%. No âmbito da Câmara, 42% consideram sua atuação ruim ou péssima (38% diziam isso no início do mês), 37% avaliam como regular e 15% afirmam que é boa ou ótima. No Senado, os números são 36% (ruim ou péssimo), 41% (regular) e 17% (ótimo ou bom). Tanto sobre a Câmara e o Senado, 6% dos ouvidos não souberam se manifestar sobre o assunto.

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