Leão & Leão teria pago peças de campanha de Lula

 

Politica - 05/09/2005 - 10:44:34

 

Leão & Leão teria pago peças de campanha de Lula

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O grupo Leão & Leão, investigado por supostas irregularidades em contratos de coleta de lixo e obras públicas em municípios do interior paulista, teria pago material de campanha para a campanha do ministro da Fazenda, Antonio Palocci (PT), à prefeitura de Ribeirão Preto, em 2000. Também teria bancado banners, santinhos e cartazes para candidaturas de deputados estaduais e federais do PT na região, bem como teria custeado peças gráficas para os então candidatos a governador, José Genoino, a senador, Aloizio Mercadante, e a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação, feita anteriormente ao Ministério Público paulista, foi repetida neste domingo ao jornal O Estado de S.Paulo pelo ex-gerente financeiro da gráfica e editora Villimpress Luciano André Maglia, de Ribeirão. Sua identidade era mantida em sigilo até agora, por conta das investigações sobre a Leão & Leão. Maglia garante que todo o material de Lula no pleito de 2002 foi produzido pela gráfica com patrocínio da Leão & Leão - mesma empresa acusada de pagar propina de R$ 50 mil por mês a Palocci, segundo o ex-assessor Rogério Buratti. Na época em que Lula tentava ser presidente, seu coordenador do programa de governo era o hoje titular da Fazenda. Segundo Luciano Maglia, os boletos requerendo os serviços da gráfica eram emitidos em nome de Juscelino Antonio Dourado, que pediu demissão na última quinta-feira do cargo de chefe de gabinete de Palocci no Ministério da Fazenda. As notas fiscais do serviço, no entanto, teriam sido entregues à Leão & Leão. Maglia afirma que as notas chegavam a ser diárias, com valores entre R$ 25 mil e R$ 50 mil - porém os montantes declarados nos boletos seriam bem menores, mas em maior quantidade, diz. Luciano também afirma ter presenciado uma suposta conversa do dono da gráfica, Vilibaldo Faustino Júnior, com Dourado e Donizeti Rosa, então secretário de Governo de Palocci na prefeitura. Atualmente, é superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), subordinado ao Ministério da Fazenda. Na alegada reunião, Vilibaldo teria perguntado "o que fazer" com o dinheiro excedente, ao que lhe teriam orientado para comprar dólares. Faustino Júnior nega todas as declarações e acusa o ex-funcionário de desfalque de R$ 4 milhões da empresa, enquanto Dourado também rechaça a versão. Maglia afirma que nunca desviou dinheiro da gráfica, que também prestava serviços para a prefeitura de Ribeirão Preto. O depoimento de Luciano Maglia ao MP ocorreu na segunda-feira passada e, logo depois, a Polícia Civil, orientada pelos promotores que investigam o caso, apreenderam documentos contábeis na Leão & Leão e notas fiscais na Villimpress, a fim de averiguarem a existência de irregularidades. "Laranja" Maglia diz ter recebido do ex-patrão em 2003 uma proposta de abrir uma empresa em seu nome e no de sua mulher. Por meio de procuração, supostamente assinada por Luciano, Vilibaldo Faustino Júnior seria o verdadeiro "dono" da empresa. Maglia relata que, freqüentemente, assinava cheques e papéis em branco, seguindo orientação de Vilibaldo. Um dos documentos assinados em confiança, com o timbre do 5º Cartório de Notas de Ribeirão, teria se tornado uma escritura pública de confissão de dívida nas mãos de Faustino Júnior, diz o ex-gerente financeiro. Por conta disso, alega, foi obrigado a entregar todos os bens que possuía para quitar o "débito", totalizando R$ 159 mil. "Agora vejo que estava funcionando como laranja", diz. Ele apelou à Justiça na tentativa de reaver o patrimônio, pedindo a anulação da confissão de dívida. Perdeu em primeira instância e já recorreu.

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