A possível cassação dos 18 parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção e de utilização de caixa 2 em suas campanhas eleitorais vai provocar a "dança das cadeiras" na Câmara dos Deputados. Entretanto, boa parte dos suplentes que deveriam assumir os mandados de seus colegas cassados deve abrir mão do direito. A maioria dos suplentes não quer interromper outros projetos para legislar por um pouco mais de um ano. É o caso, segundo o jornal Gazeta Mercantil, de Reunhold Stephanes, atual secretário de Planejamento do Estado do Paraná, no governo de Roberto Requião (PMDB), e ex-ministro da Previdência. Ele assumiria a vaga no lugar do deputado José Borba (PMDB-PR).
Outro suplente que também deve optar pela licença é o vereador mais votado da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e presidente do diretório municipal do PSDB, Elias Murad. Entretanto, ele afirmou que primeiro vai consultar o governador Aécio Neves (PSDB). A vaga para Murad será aberta com a possível cassação de Roberto Brant (PFL).
Outros motivos também podem impedir os suplentes de substituir os eventuais cassados. Nelson Friedrich, eleito pelo PDT do Paraná e hoje sem partido, ocupa a diretoria de coordenação da Itaipu Binacional. De acordo com a Gazeta Mercantil, Friedrich teria um salário de aproximadamente US$ 10 mil, suficiente para ele não se interessar por uma cadeira na Câmara. O diretor da Itaipu foi indicado ao cargo logo no início do governo Lula.
De olho na vaga
Entretanto, também há aqueles que querem assumir a vaga. É o caso do major da Polícia Militar de São Paulo Sérgio Olímpio Gomes. Ele concorreu pelo PP em 2002 como Capitão Olímpio e poderá ocupar a vaga do deputado Vanderval Santos (PL).
Já a situação de Adhemar de Barros Filho (PP) é mais delicada e ele evita falar sobre o assunto. Segundo a Gazeta Mercantil, a campanha dele teria sido beneficiada com doações da Garanhuns Empreendimentos, empresa envolvida nas acusações de corrupção investigadas pelas CPIs.
Helmute Lawisxh, suplente do PDT, pode ocupar a vaga de Pedro Henry (PP). Entretanto, ele foi condenado a quatro anos de prisão por apropriação de mais de seis toneladas de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Como deputado, ele só será preso com a permissão da Câmara.
Veja abaixo os possíveis cassáveis e seus suplentes:
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