"Mostrei o que é o governo Lula", diz Jefferson

 

Politica - 14/09/2005 - 20:55:47

 

"Mostrei o que é o governo Lula", diz Jefferson

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou hoje, em discurso na sessão da Câmara que julga o pedido da cassação de seu mandato, que honrou o Parlamento com as denúncias sobre o "mensalão". "Tirei a roupa do rei, mostrei ao Brasil quem são esses fariseus. Mostrei ao país o que é o governo Lula. Estou em paz", disse Jefferson, que foi aplaudido pelos parlamentares presentes. Em um discurso em tom de despedida, o petebista afirmou que o governo Lula é o mais corrupto que ele testemunhou em seus 20 anos de mandato. "Cumpri minha missão", disse o deputado. Ele afirmou que não irá voltar atrás em suas acusações. "Temos que puxar a barba do bode. É a barba dele que temos de puxar (..) O rei está ficando sozinho no tabuleiro", disse Jefferson, ainda se referindo a Lula. "Não duvido que o governo não esteja jogando Severino na fogueira", avançou. O deputado usou uma frase popular para definir como o PT agiu ao chegar ao governo: "quem nunca comeu mel, quando come se lambuza". Segundo ele, o PT colocou a culpa em seus adversários "a vida inteira", com faz "todo farsante". O deputado criticou o presidente Lula dizendo que ele adora viajar e ironizou perguntando se alguém sabe se ele já voltou da Guatemala. Para Jefferson, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) foi escolhido como uma espécie de Mary Jane Corner, conhecida no Congresso Nacional como organizadora de orgias. O deputado também alfinetou o ex-presidente do PT José Genoino que, segundo ele, assina tudo sem ler. No início do discurso, Jefferson agradeceu a pessoas que considera importantes como as suas filhas, Fabiana e Cristina, que estiveram presentes no Plenário. Além das filhas, ele agradeceu à outras mulheres que lhe permitiram chegar aonde chegou, como sua avó e sua mãe. Defesa O advogado de Jefferson, Itapuã Messias, alegou, em defesa do deputado que as declarações de Jefferson estão sendo comprovadas e, por isso, não há motivos para cassá-lo. Segundo ele, seu cliente prestou um "serviço" à sociedade brasileira, por trazer à tona o caso do "mensalão". Segundo Messias, seu cliente não teve direito à ampla defesa no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Ele lembrou ainda que ministros e dirigentes do PT caíram a partir das denúncias de Jefferson, o que seria uma prova da veracidade do "mensalão". Também de acordo com o advogado, não ficou provado que Jefferson recebeu ilegalmente R$ 4 milhões do PT na campanha de 2002, apesar da confissão feita pelo parlamentar. O advogado Luiz Francisco Barbosa que também defende Jefferson disse que "a voz rouca das ruas" está a favor do deputado. Ele fez essa afirmação com base em enquetes promovidas pela imprensa gaúcha, mas admitiu que pode haver falta de sintonia entre as aspirações do povo e a decisão da Câmara sobre o mandato de Jefferson. De acordo com Barbosa, Jefferson não poderá ser cassado por ter recebido R$ 4 milhões do PT durante a campanha eleitoral de 2002, pois esse fato não foi relativo ao exercício do mandato parlamentar, e sim à condição de presidente de partido. O relator do processo, Jairo Carneiro (PFL-BA), defendeu a cassação do deputado. Segundo Carneiro, ao denunciar o suposto esquema de corrupção, Jefferson procurava apenas defender os próprios interesses. "Houve sim esquema de pagamento ilícito do qual Jefferson é beneficiário e réu confesso", afirma relator. A representação que pede a cassação de Jefferson foi apresentada pelo ex-deputado e presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP). A sessão está sendo presidida pelo o vice-presidente da Câmara dos Deputados, José Thomaz Nonô (PFL-AL), já que o presidente da Casa, Severino Cavalcanti, afirmou que não compareceria à sessão. A votação será secreta, por meio de cédulas impressas. Segundo a Agência Câmara, para a cassação serão necessários 257 votos favoráveis.

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