|
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), anunciou ontem que é favorável ao arquivamento pela Mesa Diretora de pelo menos cinco dos 16 processos de deputados "cassáveis" por envolvimento no suposto esquema do "mensalão", antes mesmo dos casos serem enviados ao Conselho. Izar defendeu que não há provas evidenciando que Roberto Brant (PFL-MG), Wanderval dos Santos (PL-SP), Sandro Mabel (PL-GO), Pedro Henry (PP-MT) e Professor Luizinho (PT-SP) tenham participação direta no caixa dois operado pelo PT em parceria com o empresário Marcos Valério. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Izar também quer o desmembramento dos relatórios das CPIs dos Correios e do Mensalão na Corregedoria, responsável por ouvir a defesa de todos os acusados e por emitir parecer sobre cada caso. No ritual da Câmara, os processos são em seguida enviados à Mesa, que, por sua vez, decide se os encaminha ou não ao Conselho - foro detentor da prerrogativa de abrir as cassações.
Para o petebista, a separação dos relatórios, emitidos originalmente de forma conjunta, ajudaria a identificar a infração dos deputados e, assim, levaria a uma conslusão mais fácil sobre as eventuais punições ou absolvições. Ricardo Izar defende também que essa medida auxiliaria na defesa dos parlamentares.
Ao defender o arquivamento dos cinco casos, Izar garante estar fazendo "a coisa correta" e diz que o Conselho "tem que ter responsabilidade de cassar, punir e também de arquivar ou sugerir a não-punição".
Para se justificar, ele lembrou episódio semelhante recentemente ocorrido na Câmara: em 16 de agosto passado, o Conselho de Ética recusou os processos de cassação dos petebistas Joaquim Francisco (PE), Sandro Matos (RJ), Alex Canziani (PR) e Neuton Lima (SP), obedecendo relatório de Nelson Trad (PMDB-MS). As representações contra eles partiram do PL.
|
