O Brasil é o país que mais cria softwares cavalo-de-tróia (trojan), que são projetados para enganar usuários de serviços de bancos pela Internet, de acordo com a empresa japonesa de segurança de computadores Trend Micro.
Sem divulgar números, a companhia informou hoje que, por consequência, o País também é o que mais sofre com o envio de e-mails falsos para obtenção de senhas de internautas por criminosos.
Os e-mails são enviados com programas que parecem inofensivos, mas que quando executados passam a espionar a atividade da vítima no computador. "Tem ocorrido bastante nos Estados Unidos e Espanha também, mas no Brasil com mais freqüência, porque os serviços financeiros pela Internet são bastante desenvolvidos", disse o gerente de suporte da Trend Micro no Brasil, Leonardo Bonomi, citando os três principais países na relação da empresa.
Segundo ele, Estados Unidos e Espanha estão quase empatados, mas em nível 30 a 35% menor do que o número de casos reportados no Brasil. Os dados do levantamento preparado pela Trend Micro estão sendo finalizados e serão divulgados em breve, disse Bonomi.
O especialista explicou que os falsários estão se fazendo passar por qualquer banco, mas instituições financeiras como Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal estão entre as mais visadas. "Geralmente os softwares (cavalos-de-tróia) são feitos no Brasil. Os fraudadores aproveitam um código pronto, fazem adaptações e lançam em seus e-mails", explicou Bonomi.
O analista acredita que a tendência é esse tipo de fraude crescer ao longo do tempo, apesar das prisões de quadrilhas pela Polícia Federal nos últimos meses. "A maioria das pessoas ainda não tem consciência sobre boas práticas na Internet", disse ele, que recomenda que os internautas usem softwares antivírus atualizados, programas antispywares, firewalls e não abram emails enviados por desconhecidos.
Com o aumento no número de casos de golpes contra internautas, os bancos começaram a adotar medidas para melhorar a segurança dos correntistas. Entre elas estão tabelas impressas de senhas que ficam em poder do usuário e são necessárias durante operações online. "Esse tipo de iniciativa melhora a segurança. Os códigos nunca são os mesmos, o que dificulta o trabalho dos fraudadores", comentou Bonomi.
No segundo trimestre deste ano, segundo o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), o número de reclamações de internutas vítimas de fraudes cresceu 1.313% em relação ao mesmo período de 2004, para 7.942.
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