O ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf, 74 anos, e o filho dele, o empresário Flávio Maluf, foram libertados às 21h15 desta quinta-feira, após 40 dias presos na carceragem da Polícia Federal em São Paulo. Eles foram direto para a residência do político, na rua Costa Rica, no Jardim América, zona sul da cidade. Fontes próximas à família informaram que ambos devem ser submetidos nesta sexta-feira a uma bateria de exames no Hospital Sírio Libanês. Paulo Maluf deve conceder depois uma entrevista coletiva à imprensa. Na saída da prisão, houve tumulto entre os jornalistas. Abatido e com a barba por fazer, Maluf parou por alguns segundos e se deixou fotografar. No entanto, o ex-prefeito não deu declarações. Maluf sentou-se no banco traseiro e manteve aberta a janela do carro.
Acusados de crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha, os Maluf estavam presos desde 10 de setembro, por ordem da Justiça Federal em São Paulo.
Um dos advogados, Ricardo Tosto, disse que vai entrar com uma petição para retirar todos os documentos da Suíça que estão na 4ª Vara Cível. Segundo os Maluf, eles são ilegais e não podem ser usados no processo contra eles. Tosto também disse que vai pedir a extinção do processo.
Julgamento no STF
A liberdade dos Maluf foi possível graças à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que aprovou na tarde desta quinta-feira os pedidos de habeas-corpus para ambos. O ex-prefeito foi beneficiado com um pedido de extensão da liminar, deferido antes do fim da sessão Plenária, que julgava o habeas de Flávio, pelo relator do processo, Carlos Velloso.
O ministro Carlos Velloso disse, em sua decisão quanto ao pedido de extensão, que as situações dos dois réus, no que diz respeito à prisão preventiva, eram idênticas. O relator determinou, ao final, a expedição de alvará de soltura em favor de Paulo Maluf.
Na decisão sobre Flávio, cinco ministros votaram a favor e três contra. O relator Carlos Velloso votou pela soltura imediata de Flávio e foi acompanhado pelo presidente do Supremo, ministro Nelson Jobim, os ministros Marco Aurélio, Ellen Greice e Gilmar Mendes. Os ministros Eros Grau, Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa negaram a cautelar. O ministro Sepúlveda Pertence negou a liminar mas concedeu o habeas-corpus de ofício.
O habeas foi impetrado contra a decisão do Ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, que negou a concessão de liminar a Flávio Maluf para que fosse declarada a nulidade da sua prisão preventiva e o direito de responder à ação penal em liberdade.
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