Carga tributária chega a representar 42% do salário

 

Economia - 14/03/2003 - 16:39:24

 

Carga tributária chega a representar 42% do salário

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributários) aponta que brasileiros pagam caro pelos serviços públicos deficitários

Levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributários) aponta que brasileiros pagam caro pelos serviços públicos deficitários

A carga tributária que o trabalhador brasileiro paga sobre os salários é a segunda maior de um ranking de 26 países - de 41,7%. Só perde para a da Dinamarca, de 43,1%. E, quanto menor o salário, maior é a incidência de tributos Isso foi o que constatou o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) na segunda fase de um estudo que faz a radiografia da tributação no Brasil. No mês passado, o instituto divulgou que o Brasil ultrapassou a Suíça na arrecadação de impostos, com uma participação de 36,45% sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Na Suíça, esse percentual foi 34,5% em 2000. Além de alta, a carga tributária brasileira não pára de crescer, informa o IBPT. Em 2000, os tributos incidentes sobre os salários correspondiam a 40,89% -percentual menor, portanto, do que o verificado em 2002 (41,7%). ”Isso é um absurdo. Cada R$ 1.000 que o trabalhador recebe, 40% fica com o governo”, afirma Gilberto Luiz do Amaral, coordenador do estudo. Na Bélgica e na Alemanha, esse percentual é da ordem de 41%. Na Finlândia e na Polônia, de 31%. Na Argentina, de 25,7%. No México, de 9,1%. A injustiça tributária, segundo o estudo, também foi constatada por faixa salarial. Quem ganha até dois salários mínimos paga em média 24,25% de tributos. Esse percentual vai diminuindo à medida que o salário sobe. Quem ganha acima de 50 salários mínimos paga 17,11%. Os impostos aqui considerados são ICMS, IPI, ISS, PIS, e CPMF incidentes sobre produtos de consumo. No estudo do IBPT, o consumidor brasileiro chega a pagar até 87,91% de imposto em alguns itens de despesa pessoal - esse percentual é o caso do fumo. Nos produtos de higiene pessoal, a carga tributária é de 59,57%. No vestuário, de 30,75%. Na alimentação e na habitação, de 21%. O percentual de 21,75% de carga tributária incidente na alimentação, diz Amaral, é o mais alto do mundo. Nos produtos da cesta básica, a média entre os países pesquisados é de 8%. No Brasil, é de 18%. “Esse quadro é assombroso. Classes de menor poder aquisitivo pagam imposto de primeiro mundo. Já os mais ricos pagam tributação de paraíso fiscal” O IBPT constatou que os tributos sobre bens e serviços representam 48,32% da arrecadação tributária brasileira, que foi de R$ 476,5 bilhões no ano passado. Os tributos sobre os salários representaram 27,42%; capital e demais rendas, 16,48%; patrimônio, 3,41% e comércio exterior, 1,67%. ”Isso é o mesmo que dizer que o George Soros do Brasil, por exemplo, paga tributo de paraíso fiscal. O Zé da Silva que ganha um salário mínimo paga tributo equivalente ao da Suíça. Ou ainda: quem investe em especulação paga menos imposto. Isso não está certo”. A tributação sobre bens, serviços e salários corresponde a 75,7% da arrecadação tributária brasileira. Isso quer dizer, na sua análise, que a renda e o consumo estão comprometidos. “Isso explica a concentração de renda no país. O pior é que essa injustiça tributária só piora no Brasil”. Se a carga tributária incidente sobre os salários caísse de 41,7% para 30% e sobre o faturamento das empresas caísse dos atuais 33,05% para 25% pelo menos 10 milhões de trabalhadores sairiam da informalidade. Para fazer a radiografia da tributação no país, o IBPT utilizou dados da Receita, da Caixa Econômica, do Confaz, de associações de municípios e do IBGE.

Levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributários) aponta que brasileiros pagam caro pelos serviços públicos deficitários

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