ntidades rurais, em nível nacional, estão se organizando para um enfrentamento com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na próxima semana, um encontro em Cuiabá (MT) deve definir uma ação conjunta de diversos segmentos rurais contra a nova direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), considerada conivente com os sem-terra.
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR) do Paraná, Marcos Prochet, acusou o Incra de ser um braço político do MST dentro do Governo Lula. Prochet disse acreditar em um recrudescimento nos conflitos agrários e evocou os proprietários rurais a contratarem seguranças dentro dos limites da lei para defender suas propriedades.
Ele também disse temer confrontos no noroeste do Paraná, onde há seis acampamentos do MST. A região é próxima ao Pontal do Paranapanema (SP) e existe um trabalho de aproximação do MST com movimentos menores, como o Movimento dos Assentados e Agricultores Sem Terra (MAS) e o Terra Brasil – dissidentes do MST – para ações conjuntas nos dois Estados.
O presidente nacional da UDR, Luiz Antônio Nabhan Garcia, um dos organizadores do encontro em Cuiabá, disse que a postura do Ministério de Desenvolvimento Agrário e do Incra explicita a conivência com os sem-terra, ao admitir que se pode invadir fazendas produtivas. Ele disse que o presidente Lula foi imprudente ao nomear Miguel Rossetto para o ministério, pois é um órgão que tem obrigação de conduzir a reforma agrária e precisa de gente imparcial, não aliada aos sem-terra.
AÇÕES
Em Minas Gerais, líderes de várias entidades representativas dos trabalhadores rurais acusaram ontem fazendeiros do Pontal do Triângulo Mineiro e de outras regiões do Estado de estarem patrocinando ações de grupos armados em assentamentos de sem-terra. Um documento reservado da PM, divulgado pelo Ministério Público Estadual (MPE), conclui que a tensão social no campo tem aumentado nos últimos dias devido à reação dos proprietários rurais.
Entre as medidas sugeridas pelo comando da PM estão a intensificação do radiopatrulhamento nas áreas de tensão e a repressão da ação de milícias armadas.
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