O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, divulgou nota na tarde desse sábado, 4, reafirmando as denúncias feitas na semana passada e comentando as afirmações proferidas por Lula sobre a suposta participação do Banco do Brasil em campanhas eleitorais do PT. Segundo Serraglio, ele não se considera precipitado "nem desejou criar notícia antecipando o relatório que será apresentado na próxima quinta-feira". O deputado também afirma que o relatório, que será apresentado na quinta-feira, "não contém uma palavra sobre Visanet". Serraglio explica, através do documento, que não houve qualquer dedução de sua parte e que as provas das denúncias estão todas documentadas. O deputado ainda chamou atenção que as denúncias se referem a duas situações diferentes: a transferência de recursos do Banco do Brasil para o PT e a não prestação de serviços. Segundo Serraglio, a empresa DNA teria recebido do Banco do Brasil, que transferiu para o BMG, que emprestou à Rogério Tolentino, que teria repassado para o PT.
Leia, na íntegra, a nota divulgada pelo relator da CPI dos Correios:
1. Este Relator não foi precipitado, nem desejou criar notícia antecipando o relatório que será apresentado na próxima quinta-feira, na CPMI DOS CORREIOS. Pelo contrário, o assunto VISANET/Banco do Brasil não é matéria investigada pela Sub-Relatoria de Assuntos Financeiros. Aliás, o relatório daquela sub-relatoria já está com o Relator, que o revisará neste final de semana - e não contém uma palavra sobre VISANET.
2. A entrevista coletiva, de 03.11, não foi programada para desviar a imprensa de outros focos. A notícia dada pelo jornalista Willian Waack, no Jornal da Globo, na noite de 02.11, precipitou a imprensa sobre o Relator, desejosa de detalhes.
3. Daí a necessidade de tudo esclarecer. A decisão pela entrevista coletiva só ocorreu poucas horas antes de sua realização, naquela tarde. Não havia sido programada, tanto que o sub-relator adjunto, Deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) precisou adiar sua viagem para dela participar.
4. Não houve qualquer ilação do Relator. Os fatos estão documentados. É preciso observar que são duas situações: uma, a transferência de recursos, a partir do BB até o PT; outra, a não prestação de serviços. Os valores são assemelhados e se compensariam.
5. O Banco do Brasil reconheceu que os serviços não foram prestados, tanto que anunciou que acionaria a DNA. Aliás, o BB também prestou essa informação a CPMI. Se a conta está sob conciliação, por que a nota de que ajuizaria?
6. Vai ser o Marcos Valério, agora, depois de uma CPMI e auditoria, que comprovará os serviços? O pagamento foi feito há mais de ano e meio atrás. Basta dizer que a CPMI tem duas versões da contabilidade da empresa. Ainda assim, com várias inconsistências e períodos não registrados. Aliás, estava incinerando notas.
7.- Quem emprestou recursos ao PT foi a empresa Rogério Tolentino, do grupo Marcos Valério, segundo consta de sua relação de empréstimos e que foi reconhecida por Delúbio Soares, então tesoureiro do Partido. A DNA recebeu do BB, transferiu para o BMG, que emprestou à Rogério Tolentino e, desta, para o PT.
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