O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou nesta sexta-feira que, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai citar em seu relatório os nomes do atual presidente da Câmara, o governista Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP) - que já reponde a processo no Conselho de Ética por receber dinheiro do caixa dois petista. Serraglio adiantou que resolveu ampliar o relatório sobre as investigações do "mensalão" para reagir a pressões de aliados do Planalto para que o nome de Lula fosse retirado do texto. O peemedebista, no entanto, garantiu que não responsabilizará os três citados, mas irá mencionar que eles foram informados do esquema de captação e distribuição ilegal de recursos no Congresso.
"O presidente Lula se aproximou da negligência e, portanto, ele vai ser referido no relatório. O fato é que o presidente foi avisado sobre o mensalão em duas oportunidades pelo ex-deputado Roberto Jefferson. Não tem como esconder isso; não tem motivo para omitir isso do relatório", afirmou Serraglio, que recuou da intenção de acusar diretamente de "negligência" no texto.
Para justificar a inclusão de Aldo Rebelo no relatório, Osmar Serraglio lembrou que o presidente da Câmara era ministro da Articulação Política quando Jefferson supostamente comunicou Lula sobre o "mensalão" - e teria sido comunicado pelo presidente da denúncia. Quanto a João Paulo, ele será incluído, diz o peemedebista, porque na época (início de 2005) ainda presidia a Câmara e chegou a abrir sindicância para apurar as acusações.
"João Paulo e Aldo são pessoas que na seqüência do presidente Lula tomaram conhecimento da existência do mensalão", disse Serraglio.
Lula se reuniu na quarta-feira passada com o presidente da CPI e líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), dias após a revista Veja noticiar que o relator citaria o presidente no relatório. Delcídio não disse qual foi o teor da conversa, mas deixou o encontro dizendo que a comissão não iria colocar no relatório denúncias "vazias" ou infundadas.
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