Confronto entre Hamas e Fatah deixa 9 feridos

 

Internacional - 29/01/2006 - 12:52:23

 

Confronto entre Hamas e Fatah deixa 9 feridos

 

Da Redação com EFE

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Tiroteios entre seguidores da Fatah e do Hamas marcaram a tensa sexta-feira pós-eleitoral palestina. Pelo menos nove pessoas, entre elas cinco membros das forças de segurança palestinas, ficaram feridas em diversos confrontos armados entre ativistas do Partido Fatah e do movimento radical Hamas, no sul da Faixa de Gaza, de acordo com fontes de segurança e médicas. Militantes da antes hegemônica Fatah ameaçam atacar sua própria liderança, responsabilizada pela derrota para o grupo islâmico. O Hamas, cuja surpreendente vitória eleitoral de quarta-feira causou uma reviravolta na política palestina e afasta a perspectiva de retomada do processo de paz com Israel, disse que se sentará em breve com o presidente Mahmoud Abbas para discutir uma "parceria política". Mas líderes da Fatah já rejeitaram qualquer coalizão. Cerca de 20 mil seguidores da Fatah tomaram a Faixa de Gaza, queimando carros em frente da sede do Parlamento e fazendo disparos para o alto. Alguns cartazes do Hamas foram arrancados pela multidão, que também queimou pneus nas ruas. As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado da Fatah, divulgou nota na qual ameaça "liquidar" a liderança da facção, caso ela decida participar de um governo do Hamas. Em manifestações à parte, milhares de simpatizantes do Hamas comemoraram a vitória. Reconhecendo a nova força política do grupo, Abbas disse estar "consultando e em contato com todos os grupos palestinos e, definitivamente, no momento adequado, o maior partido vai formar o gabinete". No primeiro confronto armado entre militantes da Fatah e do Hamas desde a eleição, três pessoas ficaram feridas perto de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, segundo testemunhas. O incidente foi provocado, segundo elas, por militantes do Hamas durante o sermão de um clérigo muçulmano apontado pela Fatah. Em um confronto posterior, envolvendo militantes do Hamas e policiais palestinos, outras três pessoas ficaram feridas, também no sul da Faixa de Gaza. Israel descarta a retomada das negociações de paz, paralisadas desde 2000, com qualquer governo palestino que envolva o Hamas, cujo estatuto prevê a destruição do Estado judeu. Além disso, o Hamas foi responsável por quase 60 atentados suicidas nos últimos cinco anos. Ameaças em Davos Israel aproveitou o cenário do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, para pôr em dúvida a continuidade da transferência dos valores arrecadados nas alfândegas palestinas, que podem chegar a dezenas de milhões de dólares e são essenciais para a sobrevivência da Autoridade Palestina. Sem ele, seria impossível, por exemplo, pagar os salários dos 135 mil servidores públicos. "Vamos enfrentar problemas práticos agora sobre como lidar com pessoas que querem a destruição de Israel", disse Joseph Bachar, diretor-geral do ministério israelense das Finanças. Entre os israelenses, a rejeição ao Hamas parece menor. Pesquisa publicada no jornal Yedioth Ahronoth mostrou que 48 por cento dos entrevistados querem negociações com um governo palestino liderado pelo grupo, enquanto 43 por cento se opõem. No governo de Israel, porém, há mais resistência. "Na retirada de Gaza (concluída em setembro, de forma unilateral), Israel abriu uma janela de oportunidade. Com esta eleição, os palestinos a fecharam", disse a chanceler Tzipi Livni em Tel Aviv. Em Damasco, Moussa Abu Marzouk, dirigente do Hamas, disse que o grupo tem "uma visão clara para um governo de unidade, no qual todos participem". Mas milhares de seguidores da Fatah mostraram, com o protesto em Gaza e em outras cidades, que não querem qualquer coalizão com o Hamas. Eles pediram que a velha-guarda da Fatah renuncie à liderança. "Os líderes corruptos da Fatah que causaram esta derrota eleitoral devem pedir demissão. A Fatah deve se renovar", gritou um manifestante pelo alto-falante. O Hamas obteve 76 das 132 vagas parlamentares. A Fatah, prejudicada por uma imagem de corrupção e incompetência, ficou com 46. Em geral, o Hamas vem respeitando a trégua acertada há quase um ano entre Abbas e o governo de Israel, mas diz que não vai entregar suas armas ou remover do estatuto o artigo que prevê um Estado islâmico englobando Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza.

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